quarta-feira, 25 de maio de 2011

Inclusão e Altas habilidades/superdotação


Altas habilidades/superdotação na Educação Infantil
É importante ressaltar que crianças superdotadas em idade pré-escolar constituem um grupo heterogêneo em termos de interesses, níveis de habilidades, desenvolvimento emocional, social e físico (Cline & Schwartz, 1999). Nesse sentido, podemos nos deparar com uma criança avançada do ponto de vista intelectual, mas imatura emocionalmente.
O professor deve estar atento a essa possível falta de sincronia entre desenvolvimento intelectual e afetivo ou físico. Por exemplo, uma criança superdotada pode apresentar leitura precoce, porém ter dificuldade em manipular um lápis, pois suas habilidades motoras não estão totalmente desenvolvidas.
Além disso, a habilidade superior demonstrada por essa criança pode ser
resultado de uma estimulação intensa por parte das pessoas significativas de seu ambiente.
Ao atingir a idade escolar, o desenvolvimento dessa criança pode se normalizar e ela passar
a apresentar um desempenho semelhante aos alunos de sua idade. Por isso, nem sempre
uma criança precoce poderá ser caracterizada como superdotada. É essencial, portanto,
acompanhar o desempenho dessa criança, registrando habilidades e interesses demonstrados
ao longo dos primeiros anos de escolarização, oferecendo várias oportunidades estimuladoras
e enriquecedoras ao seu potencial.

Dentre as características mais comumente encontradas em crianças superdotadas em idade pré-escolar destacam-se (Cline & Schwartz, 1999; Lewis & Louis, 1991):
• Alto grau de curiosidade
• Boa memória
• Atenção concentrada
• Persistência
• Independência e autonomia
• Interesse por áreas e tópicos diversos
• Aprendizagem rápida
• Criatividade e imaginação
• Iniciativa
• Liderança
• Vocabulário avançado para a sua idade cronológica
• Riqueza de expressão verbal (elaboração e fluência de idéias)
• Habilidade para considerar pontos de vistas de outras pessoas
• Facilidade de interagir com crianças mais velhas ou com adultos
• Habilidade para lidar com idéias abstratas
• Habilidade para perceber discrepâncias entre idéias e pontos de vista
• Interesse por livros e outras fontes de conhecimento
• Alto nível de energia
• Preferência por situações/objetos novos
• Senso de humor
• Originalidade para resolver problemas

Metodologia e estratégias pedagógicas Estratégias de atendimento ao aluno com altas habilidades/superdotado envolvem,
muitas vezes, diferençar ou modificar o currículo regular de modo a adequar o processo de
aprendizagem às necessidades e características desse aprendiz. Diferentes estratégias podem
ser empregadas nas classes comuns para diferenciação e modificação do currículo regular,
contribuindo, inclusive, para estimular potencialidades de toda a turma. A seguir, são
apresentados alguns exemplos de estratégias metodológicas e pedagógicas. Elas se aplicam
tanto à educação infantil quanto ao ensino fundamental.
• A aprendizagem deve ser centrada no aluno. Leve em consideração os interesses e
habilidades dos alunos.
• Implemente atividades de enriquecimento em sala de aula, como, por exemplo,
dramatizações, produção de histórias etc.
• Investigue os interesses, os estilos de aprendizagem1 e de expressão dos seus alunos
ou observe-os de forma a identificar seus interesses, pontos fortes e talentos.
• Analise e modifique o currículo existente de forma a identificar e eliminar
redundâncias e incrementar unidades que sejam desafiadoras para os alunos.
• Retire ou reduza do currículo a ser desenvolvido conteúdo que os alunos já dominam
ou que pode ser adquirido em um ritmo compatível com suas habilidades. O uso
dessa estratégia educacional elimina conteúdo curricular repetitivo, cria um ambiente
de aprendizagem desafiador, reduz sentimentos de apatia e desinteresse dos alunos
superdotados com relação às atividades desenvolvidas em sala de aula, e possibilita
a esses alunos utilizar o tempo economizado para se dedicar às atividades de seu
interesse. É importante que seja feita uma avaliação criteriosa do nível de
conhecimento do aluno acerca do conteúdo antes de se implementar essa estratégia.
• Desenvolva atividades com diferentes produtos finais, de modo que as necessidades
individuais possam ser atendidas.
• Permita que os alunos comuniquem conhecimento ou experiências prévias.
• Use várias estratégias de ensino (atividades em grupo, dramatização, brincadeiras
etc) de forma a assegurar o envolvimento do aluno em sala de aula.
• Convide pessoas da comunidade ou especialistas para falar para os alunos de forma
a despertar o interesse dos mesmos sobre o conteúdo estudado e promover o
desenvolvimento de habilidades.
• Envolva os alunos em atividades de solução de problemas que os levem a transferir
os objetivos de aprendizagem a situações em que a criatividade e outras habilidades
superiores de pensamento (por exemplo, análise, avaliação, síntese) sejam
empregadas.
• Estimule os alunos a encontrar respostas para suas próprias questões por meio de
projetos individuais (ex.: registro de atividades e descobertas em álbuns, cartazes,
filmagens, gravações, desenhos, colagens) e atividades de exploração.
• Envolva os pais no processo de aprendizagem de seus filhos (tutoria, acompanhamento
no dever de casa).
• Dê ao aluno oportunidade de escolha, levando em consideração seus interesses e
1habilidades.
• Dê oportunidades ao aluno de obter conhecimento pessoal acerca de suas
habilidades, interesses e estilos de aprendizagem, oferecendo experiências de
aprendizagem variadas.
• Relacione os objetivos do conteúdo às experiências dos alunos.
• Ofereça aos alunos informações que sejam importantes, interessantes,
contextualizadas, significativas e conectadas entre si, levando em consideração os
interesses e habilidades das crianças.
• Oriente o aluno a buscar informações adicionais sobre tópicos de seu interesse,
sugerindo fontes de informações diversificadas (livros, indivíduos, revistas, internet
etc).
• Estimule o aluno a avaliar seu desempenho em uma atividade ou tarefa.
• Valorize produtos e idéias criativas.
• Situe os alunos nos grupos com os quais melhor possa trabalhar. Dê oportunidade
aos alunos de desenvolverem atividades com outros de mesmo nível de habilidade.
• Ofereça ao aluno oportunidade de visitar e observar locais variados (ex.: parques,
jardim zoológico, jardim botânico, teatros, comércio, galerias de arte, museus, lojinha
de animais domésticos, feira, praça etc).
• Evite rotular o aluno de superdotado. Trate as diferenças individuais como um fato
natural. Lembre-se de que nem sempre o aluno superdotado terá um desempenho
excelente em todas as áreas ou atividades.

Atendimento suplementar
Conforme as Diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica (Brasil
2001d), devem ser oferecidos serviços de apoio pedagógico especializado aos alunos com
necessidades educacionais especiais. No caso do superdotado, sugere-se o atendimento
suplementar para aprofundar e/ou enriquecer o currículo escolar. Este atendimento é realizado
em salas de recursos, localizadas em escolas da rede regular de ensino, em horário contrário
ao da sala de aula comum. A sala de recursos atende alunos oriundos da própria escola e de
escolas próximas que não possuem tal serviço. O atendimento suplementar a alunos
superdotados da educação infantil inicia-se por volta dos quatro anos de idade e tem como
objetivo oferecer oportunidades para que eles explorem áreas de interesse, aprofundem
conhecimentos já adquiridos e desenvolvam habilidades relacionadas à criatividade, resolução
de problemas e raciocínio lógico. Além disso, esse atendimento contribui para o
desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais, como cooperação e autoconceito, e
propicia ao aluno oportunidades para eles vivenciarem o processo de aprendizagem com
motivação. É importante ressaltar que não é simples realizar, com precisão, um diagnóstico
de superdotação para crianças da educação infantil, considerando-se que elas estão em fase
inicial de desenvolvimento e que podem, ainda, ser muito estimuladas pela família. Nesse
sentido, o atendimento em salas de recursos possibilita ao professor observar e acompanhar
o desempenho do aluno e verificar se o mesmo pode ser caracterizado como uma criança com altas habilidades/superdotada.

Fonte:Saberes e Práticas da Inclusão - Altas habilidades/superdotação na Educação Infantil
Ministério da Educação / Secretaria de Educação Especial

PS. Vale a pena consultar este material na íntegra; trouxe alguns recortes do documento apenas para título de conhecimento do assunto, mas é um tema que deve ser aprofundado por todos nós enquanto educadores.
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nteligência em todos
os seus alunos e não só queles que possuem um alto QI ou que tiram as melhores notas; desenvolver mportamentos uperdotados em todos aqueles que têm potencial; nutrir o potencial da criança, rotulando o serviço e não o aluno; e desenvolver uma grande variedade de alternativas ou opções para atender as necessidades de todos os estudantes"
(Treffinger & Renzulli, 186).

pssoque marcaram a história por suas contribuições ao conhecimento e à cultura
não slembradas pelas notas que obtiveram na escola ou pela quantidade de informações que conuim memorizar, mas sim pela qualidade de suas produções criativas, expressas em , ensaios, filmes, descobertas
científicas, etc."
(Renzulli & Reis, 1985, p. 5).


O QUE NOS MOSTRA A HISTÓRIA?

�� O professor de música de Beethoven uma vez disse que, como compositor, ele era “sem
esperança”.
�� Isaac Newton - que descobriu o cálculo, desenvolveu a teoria da gravitação universal,
originou as três leis do movimento - tirava notas baixas na escola.
�� Albert Einstein tinha dificuldades de ler e soletrar e foi reprovado em matemática.
�� John Kennedy recebia em seus boletins constantes observações de “baixo rendimento” e tinha dificuldade em soletrar.
�� Walt Disney foi despedido pelo editor de um jornal porque ele “não tinha boas idéias e
rabiscava demais”
�� Dr. Robert Jarvick foi rejeitado por 15 escolas americanas de medicina. Ele inventou o
coração artificial.
�� Thomas Edison, que além da lâmpada elétrica inventou a locomotiva elétrica, o fonógrafo
(que virou o gravador), o telégrafo e o projetor de cinema, foi um mau aluno, pouco assíduo e
desinteressado. Saiu da escola e foi alfabetizado pela mãe.

Formulário para a identificação da superdotação
Reserve alguns minutos para listar os nomes dos alunos que venham primeiramente à sua mente quando você lê as
descrições abaixo. Utilize esta lista como uma “associação livre” e de forma rápida. Não é necessário preencher todas
as linhas. É provável que você encontre mais do que um aluno em cada descrição.
01 Aprende fácil e rapidamente
02 Original, imaginativo, criativo, não-convencional
03 Amplamente informado; informado em áreas não comuns
04 Pensa de forma incomum para resolver problemas
05 Persistente, independente, auto-direcionado (faz coisa sem que seja mandado)
06 Persuasivo, capaz de influenciar os outros
07 Mostra senso comum; pode não tolerar tolices
08 Inquisitivo, cético, curioso sobre o como e porque das coisas
09 Adapta-se a uma variedade de situações e novos ambientes
10 Esperto ao fazer coisas com materiais comuns
11 Habilidades nas artes (música, dança, desenho etc.)
12 Entende a importância da natureza (tempo, lua, sol, estrelas, solo, etc.)
13 Vocabulário excepcional, verbalmente fluente
14 Aprende facilmente novas línguas
15 Trabalhador independente, mostra iniciativa
16 Bom julgamento, lógico
17 Flexível, aberto
18 Versátil, muitos interesses, interesses além da idade cronológica
19 Mostra insights e percepções incomuns
20 Demonstra alto nível de sensibilidade, empatia com relação aos outros
21 Apresenta excelente senso de humor
22 Resiste à rotina e repetição
23 Expressa idéias e reações, freqüentemente de forma argumentativa
24 Sensível à verdade e à honra
Fonte: Galbraith e Delisle (1996, p. 14)

PS. Veja na íntegra este documento, contém informações importantes, aqui é só uma amostra do conteúdo... clique no endereço abaixo:

FONTE: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me004719.pdf

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