terça-feira, 10 de maio de 2011

Desenvolvimento Infantil - Importância da Estimulação


O modo como a criança desenvolve a sua pessoa, ou seja, como se organiza e como elabora as acções e trocas com o meio que a rodeia, está dependente de dois aspectos, potecialidades e processos predeterminados. As potencialidades, ou seja, o conjunto das capacidades que se revelam através das interacções e inter-relações do sujeito com o seu ambiente, e os processos predeterminados, que estão imediatamente operacionais, tal como, a sucção, porém outros, como a preensão, estão programados no seu desenvolvimento temporal. Estes dois aspectos encontram-se interligados, visto que a expressão das potencialidades depende do modo como se vão desenvolver os processos que permitem que a criança aja sobre o meio.
Todo o desenvolvimento a que a criança se vai submeter irá se exprimir num ambiente particular, o da família. Neste sentido, tudo aquilo que se vai suceder está de certa forma dependente do contexto familiar. Portanto, a qualidade das relações que a criança experimenta neste ambiente adquirem uma importância notável. São estas relações que serviram como modelo das posteriores aprendizagens da criança. 
A primeira infância é das fases mais críticas e vulneráveis no desenvolvimento de qualquer criança, é nesta altura que se estabelecem as bases para o desenvolvimento intelectual, emocional e moral.           
Por volta dos 4 anos a criança encontra-se no pré-escolar, é aqui que a criança desenvolve desde o vocabulário, à coordenação, pensamento intelectual e capacidades de relacionamento. O treino da motricidade fina é fundamental, pois é a aquisição de habilidades motoras que promovem a exploração tanto do espaço como dos objectos, proporcionando à criança aprender as características dos objectos e as suas relações com o ambiente. Esta motricidade é fundamental para o desenvolvimento de aprendizagens como a escrita, destreza manual, entre outras. É esperado que a criança com esta idade já consiga desenhar uma cruz, virar as páginas de um livro e segurar correctamente num lápis.
A nível cognitivo, nesta idade, a criança através do uso simbólico da linguagem e da resolução intuitiva de problemas, começa a compreender a classificação dos objectos, apesar disso o pensamento da criança é caracterizado pelo egocentrismo, a criança centra-se num único aspecto de uma tarefa, não conseguindo operacionalizar através da compensação ou reversibilidade.  
Quanto à linguagem, esta é agora capaz de acompanhar as ideias mais complexas, conduzindo a novas ideias. Nesta idade a criança ainda está a aperfeiçoar os vários sistemas linguísticos, tais como os pronomes, os verbos auxiliares e irregulares e a voz passiva, ainda comete alguns erros lógicos como “Aquele é o mais melhor”, de qualquer modo a criança ao iniciar a sua vida escolar, a utilização da linguagem é de forma geral correcta e os tipos básicos de frases que usa são de um modo global semelhantes aos dos adultos.
A percepção visual, capacidade de cada indivíduo em captar os pormenores visuais, é importante não só para as crianças como para todos, abarca não só a habilidade visual como também a memória, raciocínio, atenção, estratégia de resolução de problemas e conceitos específicos, assim facilita o processo de interacção do indivíduo com o seu meio e contribui significativamente para uma compreensão mais concreta do que o rodeia. 
Outra área de grande relevância em todo este processo de desenvolvimento é a socialização e a autonomia. É nesta idade que a criança começa a desenvolver a competência social e as suas relações mais fortes de interacção com os pares, deixa de ocorrer a chamada brincadeira paralela, em que se encontram lado a lado com outra criança a brincar com os mesmo materiais, mas não interagem. Deste modo, começam a criar relações de amizade, ou seja, começam a interagir e a criar uma associação íntima com o outro. O desenvolvimento da competência social nestas idades é bastante relevante, fornece suporte e autoconfiança à criança.
No que diz respeito ao processo de autonomia, este desenvolve-se em estreita união não só com o contexto familiar, sendo este o primordial, como também com o contexto social constituído por diversos indivíduos e pela estrutura social alargada em que a criança cresce.
À medida que as crianças vão crescendo estas passam por diversos estádios de desenvolvimento. Cada um deles dá à criança os fundamentos da inteligência, da moral, da saúde emocional e das competências escolares. Para cada estádio são necessários determinados requisitos e experiências, isto para que a criança consiga aprender e se desenvolver, deste modo são imprescindíveis as interacções que a criança estabelece ao longo destes estádios.
A criança na idade pré-escolar necessita de uma variedade de experiências que se mostram essenciais para sustentar o seu desenvolvimento. Cada criança adquire as suas experiências de acordo com o seu ritmo de aprendizagem e desenvolvimento, neste sentido não é aconselhável nem desejável apressar a criança para determinadas aquisições. Além disto, devemos ter em consideração que dentro do próprio desenvolvimento de cada criança as suas competências motoras, cognitivas, emocionais, sociais e de linguagem, se podem desenvolver em ritmos diferentes. Deste modo devemos não apressar mas sim ajudar a criança a ultrapassar as dificuldades e promover um crescimento e desenvolvimento saudáveis.
Disciplinar as crianças é essencial, isto para que elas se sintam confiantes na sua motivação própria. À medida que a criança cresce, ela reconheça o que faz mal, as consequências desses actos praticados e o modo de os reparar. Neste sentido, torna-se relevante o papel da auto-estima, uma criança disciplinada tem uma maior noção do seu papel. A criança que acredita em si própria enfrenta melhor os seus erros e as suas fraquezas.

    É essencial  reforçar a autonomia e independência para que desse modo a criança se desenvolva e cresça ao seu ritmo, contudo de maneira saudável.

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