terça-feira, 5 de junho de 2012

PRÁTICAS EDUCATIVAS: ENSINO COLABORATIVO


MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL
PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA
DE PROFESSORES NA EDUCAÇÃO ESPECIAL
UNESP - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO
FACULDADE DE CIÊNCIAS/BAURU
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
PRÁTICAS EDUCATIVAS: ENSINO
COLABORATIVO
BAURU/2008 Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Vice- Presidente
José Alencar Gomes da Silva
Ministro de Estado da Educação
Fernando Haddad
Secretária da Educação Especial
Claudia Pereira Dutra
Reitor da  Universidade Estadual Paulista – “Júlio De Mesquita Filho”
Marcos Macari
Vice-reitor
Herman Jacobus Cornelis Voorwald
Diretor da Faculdade de Ciências
Henrique Luiz Monteiro
Vice- Diretor
João Pedro Albino
Coordenadora do Curso: “Práticas em Educação Especial e Inclusiva na área da
Deficiência Mental”.
Vera Lúcia Messias Fialho Capellini
DIVISÃO TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO
UNESP – Campus de Bauru
 
371.9
C241p
Capellini, Vera Lúcia Messias Fialho.
   Práticas educativas: ensino colaborativo /
Vera Lúcia Messias Fialho Capellini, Eliana
Marques Zanata, Verônica Aparecida Pereira In:
Práticas em educação especial e inclusiva na
área da deficiência mental / Vera Lúcia Messias
Fialho Capellini (org.). – Bauru : MEC/FC/SEE,
2008.
   12 v. : il.
   ISBN
   
   1. Educação inclusiva. 2. Ensino
colaborativo. 3. Prática de ensino. 4.
Deficiência mental. I. Zanata, Eliana Marques.
II. Pereira, Verônica Aparecida. III. Capellini,
Vera Lúcia Messias Fialho. IV. Título.
 Ficha catalográfica elaborada por Maria Thereza Pillon Ribeiro – CRB 3.869 Prezado professor ou profissional das áreas afins
Este caderno é parte do material didático, produzido por uma equipe de especialistas
em Educação Especial,  para subsidiar o desenvolvimento do curso de aperfeiçoamento em
“Práticas em Educação Especial e Inclusiva na área da Deficiência Mental”.  Esse material
objetiva a veiculação de informações sobre a educação da pessoa com deficiência mental e seus
desdobramentos para a inclusão social desta população.
Os cadernos que compõem o material didático são:
1. Educação a distância: desafios atuais.
2. Educação especial: história, etiologia, conceitos e legislação vigente.
3. Desenvolvimento humano e educação: diversidade e inclusão.
4. Ética profissional: (re) pensando conceitos e práticas.
5. Informática aplicada à educação especial.
6. Família-escola: discutindo finalidades, rupturas e desafios no processo educativo.
7. Sexualidade infantil e orientação sexual na escola.
8. Repensando a avaliação.
9. Práticas educativas: ensino colaborativo.
10. Práticas educativas: adaptações curriculares.
11. Práticas educativas: manejo comportamental e comportamentos pró-sociais.
12. Práticas educativas: criatividade, ludicidade e jogos.
No curso, serão trabalhados temas gerais visando a possibilitar o acesso às
informações sobre as causas da deficiência mental, aspectos conceituais, históricos e legais da
educação especial, além de conteúdos específicos para auxiliar a sua prática pedagógica voltada
para a diversidade, de maneira que, se necessário, você utilize adequações curriculares para
garantir o aprendizado de todos os alunos.
Esperamos que este material possa contribuir a todos os profissionais que participam
da construção de uma sociedade mais justa, mais solidária e mais igualitária para todos.
Bom trabalho!
Vera Lúcia Messias Fialho Capellini
Coordenadora do Curso Sumário
Apresentação 3
Unidade I: O que é colaboração 6
Unidade II: Como estabelecer parcerias colaborativas 11
Unidade III: Estratégias de sala de aula 15
Unidade IV: Bom Dia, Professor (a) 21
Referências  24Apresentação
Neste caderno, pretendemos apontar caminhos para a colaboração,
pressuposto básico para o ensino colaborativo. Trabalhar em equipe com
apoio, ter com quem compartilhar nossas certezas e dúvidas é, na verdade, o
sonho de muitos de nós, professores. Quantas vezes não nos vemos em
reuniões pedagógicas, encontros de professores e outros eventos, em que
nossa maior ansiedade e expectativa são os momentos de trocas de
experiências.
.
Na primeira unidade vamos conversar um pouco sobre o que é a
colaboração, destacando a origem do termo e os motivos da sua escolha no
ambiente educacional. Colaboração nos lembra apoio, ajuda e
companheirismo. É nesta linha de raciocínio que iremos trabalhar esta questão
terminológica e sua real função no ambiente escolar, visando otimizar, cada
vez mais, o trabalho pedagógico do professor, bem como a aprendizagem dos
alunos.
Bem-Vindo aos estudos
sobre o ensino
colaborativo. Sou o “Sr.
Apoio” , vamos colocar
nossas atenções nas
possibilidades de apoio
que podemos  articular
com a equipe da escola,
com a família e com a
comunidade no trabalho
pedagógico com alunos,
com ou sem histórico de
deficiência.
Essas trocas enriquecem
nosso trabalho, dão-nos
confiança e, principalmente, a
condição de sermos atores de
nossa própria prática, mas não
de forma isolada e solitária, e
sim, de uma forma
colaborativa.
Colaboração segundo o dicionário Aurélio  significa:
1. Trabalho em comum com uma ou mais pessoas. 2.
Ajuda, auxílio. 3. Artigo de jornal ou revista feito por
pessoa estranha à redação.  Na segunda unidade, buscaremos apontar as possibilidades que
você, professor, poderá estabelecer na escola onde trabalha, como parcerias
colaborativas. Vamos propor aqui as possibilidades que o diretor da escola, o
professor coordenador, o professor da sala de recursos ou da sala de apoio
pedagógico especializado  têm para auxiliar o processo de ensino e
aprendizagem de seu aluno com deficiência. Mostraremos também que essas
colaborações não precisam ficar restritas ao pessoal da escola. Muitas vezes
nós, professores, podemos contar também com a colaboração de outros
profissionais da área da saúde e de habilitação e reabilitação como psicólogos,
terapeutas ocupacionais, neurologistas  e outros. Vamos ver nesta unidade
como estabelecer essas parcerias de trabalho.
A terceira unidade, “O que podemos combinar em sala”, tem por
objetivo estabelecer algumas sugestões combinadas em sala de aula, onde a
presença de um professor de apoio, um terapeuta ou mesmo uma pessoa da
família seja prevista. Aqui apresentaremos os papéis e as responsabilidades de
cada um. Professor e colaborador  trabalharão em comum acordo. Serão
apontadas também algumas estratégias de  sala de aula, específicas para o
trabalho pedagógico com o aluno com deficiência mental, mas que também são
efetivas para os demais alunos da turma. São formas de trabalho em grupo, em
dupla, bem como modificações no espaço físico e nas próprias atividades já
propostas por você, professor, que passarão a atender as especificidades de
seu aluno com deficiência.
Segundo o dicionário Aurélio da língua portuguesa,
parceria significa:
1. Reunião de pessoas que visam um interesse em comum;
sociedade.  E, por fim, “Bom dia Professor(a)” é uma unidade no qual
pretendemos expor os possíveis resultados de colaborações. Aqui vamos
trabalhar a questão da sala de aula, da nossa entrada no início do dia, do
encontro com o aluno e a forma como a aula poderá se desenvolver. Os
acertos e os equívocos possíveis de ocorrer deverão servir como apoio para os
próximos planejamentos.
Nas referências bibliográficas você irá encontrar os livros, artigos e
páginas da internet que nos serviram de apoio para a realização deste caderno.
São todos de fácil acesso e você também poderá utilizá-los na sua prática
pedagógica.
Esperamos que este caderno seja  bastante proveitoso para o seu
dia-a-dia docente. Vamos ao trabalho.
Vera, Eliana e Verônica
“Quem ensina também aprende.” (FREIRE, 1970) Unidade I: O que é colaboração
Nenhum de nós pode fazer as coisas mais importantes
sozinho. A parceria e a colaboração são os caminhos
para enfrentar todos os desafios (autor desconhecido).
Esta é uma afirmação que deve rondar o pensamento de muitos
educadores. Sempre pedimos colaboração dos colegas de trabalho para
realizarmos diversas atividades  na escola. Mas vamos tratar dessa
colaboração de uma forma muito mais eficiente, ou seja, não apenas como
uma atitude de camaradagem. Colaboração aqui é entendida como uma
estratégia de trabalho pedagógico.
Não há dados que comprovem quando surgiu a idéia de reunir
indivíduos em prol de um objetivo comum, mas sabe-se que a concepção de
equipe existe há muito tempo, desde que se começou a pensar no processo do
trabalho. Entretanto, sabe-se também que essa aproximação tem sido
impulsionada pela necessidade histórica do homem de somar esforços para
alcançar objetivos que, isoladamente, não seriam atingidos ou o seriam de
forma mais trabalhosa ou ainda,  inadequada.
O trabalho em equipe, portanto, pode ser entendido como uma
estratégia concebida pelo homem para desenvolver uma tarefa difícil e
alcançar resultado mais efetivo. Tais estratégias, que a princípio garantiram a
sobrevivência, hoje podem ser empreendidas de forma mais efetiva em
processos de ensino e aprendizagem.
A colaboração está relacionada com a contribuição, ou seja, o
indivíduo deve interagir com o outro,  existindo ajuda mútua  ou unilateral. É
também definida por Friend & Cook (1990) como um estilo de interação entre,
no mínimo, dois parceiros equivalentes, engajados num processo conjunto de
tomada de decisão, trabalhando em direção a um objetivo comum.
Assim, as condições necessárias para que a colaboração ocorra
são:
a) existência de um objetivo comum;
b) equivalência entre os participantes;
c) participação de todos;
d) compartilhamento de responsabilidade;
e) compartilhamento de recursos;
f) voluntarismo. Na atualidade, todas as áreas do conhecimento humano apresentam
grande ênfase no tema colaboração, pois a maioria das invenções definidas no
século 20 foi resultado de muita colaboração. Superar os desafios que este
início de século nos coloca não será possível sem colaboração.
Considerando que escolas refletem a sociedade na qual está
inserida, dentre as diversas estratégias existentes para remover as barreiras da
aprendizagem na escola, a colaboração entre educadores comuns e
especialistas em Educação Especial, bem como entre equipes de consultores
especialistas, ou mesmo entre os alunos, tem sido uma das ações mais
significativas no processo de inclusão escolar.
Gargiulo (2003) apresenta três diferentes formas de trabalho coletivo
na implementação de práticas inclusivas: serviços de consultoria de uma
equipe de profissionais especialistas, ensino cooperativo (co-professor ou coregente) e equipes de serviços.
A importância da colaboração para as escolas se dá também porque
possibilita que cada professor com sua experiência auxilie nas resoluções de
problemas mais sérios de aprendizagem e/ou comportamento de seus alunos.
Entre as formas de trabalho em conjunto, o ensino colaborativo tem
sido utilizado para favorecer a inclusão  escolar, envolvendo a parceria direta
entre professores da Educação Comum e Especial.
O ensino colaborativo pode efetivar-se de várias maneiras:
Um professor como
suporte
O professor da Educação Comum e o educador
especial atuam juntos em sala de aula, mas um
professor apresenta as instruções, enquanto o outro
providencia o apoio aos estudantes. Pode ser feito o
rodízio trocando os papéis.
Estações de ensino  Como se fossem “os cantinhos da atividade” significa
que a sala será dividida em grupos que passarão
pelas diversas partes da atividade, sendo que em
cada uma delas os professores se dividirão para
explicar aos alunos o que deverá ser feito. Então, os
grupos se alternam de local e os professores repetem
as informações para novos grupos de alunos.
Ensino paralelo  A instrução é planejada de forma articulada, mas cada
professor fica com 50% do grupo de alunos.
Ensino alternativo  Um professor apresenta instruções para um grande
grupo de alunos, enquanto o outro interage com um
pequeno grupo de alunos.
Equipe de ensino  Ensino cooperativo (ensino interativo). Cada professor
dá igualmente suas instruções. Ex: O professor passa
instruções de Matemática e o co-professor ilustra com
os exemplos.  
Estes arranjos podem ocorrer durante períodos fixos, em momentos
pré-determinados e dias certos. A estratégia escolhida particularmente
depende das necessidades e características dos alunos, da demanda
curricular, da experiência profissional e das preferências por parte do professor, e também de assuntos de ordem prática  como  espaço físico e tempo
disponível.
O ensino colaborativo é uma estratégia didática inclusiva em que o
professor da classe comum e o professor, ou especialista planejam de forma
colaborativa, procedimentos de ensino para ajudar no atendimento a
estudantes com deficiência, em classes comuns, mediante um ajuste por parte
dos professores. Nesse modelo, dois ou mais professores possuindo
habilidades de trabalho distintas, juntam-se de forma coativa e coordenada, ou
seja, em um trabalho sistematizado, com funções previamente definidas para
ensinar grupos heterogêneos, tanto em questões acadêmicas quanto em
questões comportamentais em cenários  inclusivos. Ambos compartilham a
responsabilidade de planejar e de implementar o ensino e a disciplina da sala
de aula.
O trabalho colaborativo efetivo  requer compromisso, apoio mútuo,
respeito, flexibilidade e uma partilha dos saberes. Ninguém deveria considerarse melhor que outros. Cada profissional envolvido pode aprender e beneficiarse dos saberes dos demais e, com isso, o beneficiário maior será sempre o
aluno.
Amizade não é considerada condição prévia para o ensino
colaborativo efetivo. Embora a experiência anterior possa fazer os participantes
sentirem-se mais confortáveis e reduzir algum desajuste inicial, uma
colaboração efetiva e duradoura parece crescer por meio de confiança mútua e
respeitosa, eqüidade, profissionalismo, vontade para partilhar e avaliar as
contribuições dos participantes.
Juntar na mesma sala os dois tipos de professores pode ser uma
tarefa difícil, principalmente quando os profissionais são formados para que, de
forma autônoma, conduzam o ensino com responsabilidade em suas salas de
aula. Talvez o desafio maior para os  professores desenvolverem práticas
inclusivas, seja saber compartilhar um papel que foi tradicionalmente individual.
A chave para desenvolver práticas
colaborativas efetivas é que ambos os
professores devem conhecer todo o
currículo e elaborar o planejamento
em conjunto, além de possuir
habilidades interpessoais
favorecedoras, competência
profissional e compromisso político,
de forma que possam trocar
experiências e saberes para o
atendimento às necessidades dos
alunos. É importante lembrar que o
papel do diretor é imprescindível para
a efetivação desse processo, pois é
ele que viabilizará condições efetivas
para planejamento e execução de
atividades que envolvam apoio
administrativo. Seria preciso, portanto, compartilhar as metas, as decisões, as instruções de
sala de aula, a responsabilidade pelos estudantes, a avaliação da
aprendizagem, as resoluções dos problemas e, finalmente, a administração da
sala de aula. Assim, os professores precisam começar a pensar como "nossa"
classe e não como “minha” classe.
Para superar os medos inevitáveis e tensões associadas com a
mudança, os educadores precisam sentir-se envolvidos e responsáveis pela
transformação e perceber que seu sucesso ou fracasso está diretamente
relacionado com eles.
A colaboração deve oferecer a oportunidade  para
ampliar o conhecimento especializado dos
educadores envolvidos que tiveram formação e
experiências diferentes.
Muitos professores do ensino comum ainda trabalham com as portas
fechadas, enquanto muitos outros do ensino especial continuam a atender
individualmente alunos com deficiência num modelo clínico. Na realidade,
poucos professores têm oportunidade de trocar experiências com seus pares e,
na maioria das vezes, trabalham e tomam decisões sozinhos.
Em nossa realidade,  as aproximações de outra pessoa na sala de
aula se deram basicamente via estágio (um outro profissional em formação),
portanto sem “crédito”, e esporadicamente com a participação do professor
coordenador e/ou supervisor de ensino, cujo sentimento despertado nos
professores foi o de “serem fiscalizados”.
Em um modelo colaborativo, os professores da Educação Comum e
Especial devem juntar suas habilidades, seus conhecimentos e perspectivas à
equipe, procurando estabelecer uma combinação de recursos para fortalecer o
processo de ensino-aprendizagem, “aprendendo uns com os outros, garantindo
com esta relação positiva a satisfação das necessidades de todos os alunos”
(DIEKER & BARNETT, 1996, p. 7).
Os professores do Ensino Comum trazem especialização em
conteúdo, ao passo que os de Educação Especial são mais especialistas em
avaliação, instruções e estratégias de  ensino. Entretanto, a meta do ensino
colaborativo deve ser proporcionar a todos os estudantes da classe, tarefas
Mas por que é
importante a
colaboração?apropriadas, de forma que cada um aprenda, seja desafiado e participe do
processo da sala de aula (WOOD, 1998).
Assim, parece óbvio que os sistemas educacionais deveriam
planejar um processo de ensino colaborativo, assegurando todos os recursos
disponíveis, inclusive tempo, dinheiro e apoio profissional.
O planejamento deveria não só garantir apoio adequado para que os
professores possam sustentar as novas iniciativas, mas também ser contínuo,
para permitir que sejam revisados os progressos dos alunos, que se viabilizem
ajustes, desenvolvam estratégias e se (re)avaliem os estudantes. Os diretores
têm um papel de liderança extremamente importante para facilitar e apoiar
essa empreitada.
O ensino colaborativo pressupõe oportunidades de desenvolvimento
pessoal e profissional do professor. Por isso, motivação, compromisso pessoal
e participação voluntária são ingredientes importantes para o sucesso do
ensino colaborativo.
http://www.fotosearch.com.br/IMZ115/thu0021/http://www.fotosearch.com.br/comp/IMZ/
IMZ226/csh0178.jpg
Os professores que
participam de programas colaborativos foram
capazes de apontar cinco temas sobre a
questão do planejamento:
Planejamento
Confiança nas habilidades dos
envolvidos.
Determinação e envolvimento ativo
em desenvolver ambientes propícios
para a aprendizagem, tanto para os
professores, quanto para os
estudantes.
Criação de ambientes pedagógicos
nos quais as contribuições de cada
pessoa sejam valorizadas.
Desenvolvimento de rotinas efetivas
para facilitar planejamento detalhado
Aumento progressivo de
produtividade, criativo e colaboração
ao longo do tempo.  Para uma colaboração efetiva é necessário:
• ser tolerante, reflexivo e flexível;
• aceitar a responsabilidade pelo sucesso de todos os alunos;
• manter relações positivas um com o outro;
• ajustar expectativas para os estudantes com deficiência na classe
comum.
http://www.fotosearch.com.br/IMZ170/gku0016/
Para não
esquecermos Unidade II: Como estabelecer parcerias colaborativas
 
Abordaremos nesta unidade mais um passo sobre o ensino
colaborativo: conhecer quem são de fato nossos parceiros.
Estabelecer parceiras é o grande momento. Em todo trabalho
de colaboração espera-se que  haja uma contrapartida de
ambos os lados.
O primeiro passo, como já exposto, é considerar que o trabalho de
todos é essencial. Os primeiros parceiros estão em sala de aula: são os
próprios alunos. Para que eles reconheçam seu potencial nessa parceria,
precisam ser valorizados no que sabem fazer de melhor. Para que isso ocorra,
o professor deverá estar atento a:
• Histórias contadas pelos alunos, que relatam suas vivências e
experiências cotidianas, estruturando o perfil cultural do grupo;
• Preferências e habilidades de cada um;
• Socialização entre os pares, ou seja, como os grupos estão
organizados.
http://www.fotosearch.com.br/ART19
5/tly001/
A partir de então, o professor poderá propor tarefas em grupo, ou
pares, tomando o cuidado para diversificar sempre sua organização. Cuidado
para que as crianças com dificuldade  não formem o grupo das crianças que
não aprendem, ficando à parte das demais. A organização deverá sempre
consistir em um apoio mútuo, em que o aluno descubra que ela ensina e
aprende com o outro. Para que essa percepção ocorra, proponha tarefas que
eles, necessariamente, precisem do apoio de todos para resolução.
Ex.: Dinâmica dos carros
A dinâmica tem como objetivo favorecer a compreensão do trabalho
em equipe, desenvolver o raciocínio, a imaginação e a criatividade. Material: Uma cópia da “corrida de carros”, lápis ou caneta.
Processo: Divida a sala em grupos de cinco a sete alunos cada.
A tarefa de cada grupo consiste  em resolver, na maior brevidade
possível, o problema da “corrida de carros”, conforme explicação na folha, que
será entregue a cada grupo.
A seguir, leia a folha junto com os seus alunos e assegure-se de que
eles tenham compreendido. Para crianças mais novas, se possível, leve
miniaturas de carros ou figuras, para que eles possam fazer o exercício com o
auxílio de objetos concretos.
À medida que as crianças tentam resolver o problema, observe e
registre suas estratégias: comunicação, apoio e colaboração. Normalmente,
vence a equipe  mais integrada e que melhor acolhe as sugestões do grupo.
A discussão a seguir deve ser
favorável a que as crianças
percebam o quanto elas precisam
umas das outras e que, no dia-a-dia
da sala de aula também pode ser
assim. Todas são diferentes e,
justamente por isso, podem sempre
realizar um trabalho colaborativo.
Há outras dinâmicas que podem ser
adaptadas em função das
necessidades da sala. Para dicas de
materiais sobre esse assunto
consulte:
http://www.taiconsultoria.com.br/jogos.htm
Sugestão
SOLUÇÃO DA CORRIDA DE
CARROS
1. O Shadow, cor azul.
2. O Mclaren, cor verde.
3. O March, cor vermelha.
4. O Ferrari, cor creme.
5. O Lola, cor cinza.
6. O Lotus, cor amarela.
7. O Isso, cor preta.
8. O Tyrrell, cor marrom.
CORRIDA DE CARROS
Oito carros, de marcas e cores diferentes, estão alinhados, lado a lado,
para uma corrida. Estabeleça a ordem em que os carros estão dispostos,
baseando-se nas seguintes informações:
1. O Ferrari está entre os carros vermelho e cinza.
2.  O carro cinza está a esquerda do Lotus.
3. O Mclaren é o segundo carro à esquerda do Ferrari e o primeiro à direita
do carro azul.
4. O Tyrrell não tem carro à sua direita e está logo depois do carro preto.
5. O carro preto está entre o Tyrrell e o carro amarelo.
6. O Shadow não tem carro à esquerda: está à esquerda do carro verde.
7.  À direita do carro verde está o March.
8. O  Lotus é o segundo carro à direita do carro creme e o segundo à
esquerda do carro marrom.
9. O Lola é o segundo carro à esquerda do Iso. Nos trabalhos acadêmicos, os grupos deverão ser constantemente
alternados, sendo constituídos sempre por criança com mais habilidade e outra
com dificuldade, para que se ajudem. Por exemplo: o aluno que tem facilidade
em matemática pode ajudar a crianças que tenham dificuldade nesta área e,
em outra atividade, receber ajuda de outra criança, de tal forma que os papéis
sejam sempre flexíveis. É importante que todos sempre tenham algo para
ensinar e aprender. Para isso, a partir das histórias relatadas pelas crianças
(em momento oportunizado pelo professor), podem retirar-se conteúdos
importantes para serem tomados como  exemplos de relatos de problemas.
Quando as crianças não relatam suas histórias naturalmente, deverão ser-lhe
fornecidas as condições para que observem o seu ambiente, como: verificar as
medidas que a mãe usa para cozinhar, prestar atenção na rotina de seu dia e
descrevê-la (textos ou desenhos) entre outros.
Atividade
Repita com seus alunos a atividade sugerida, ou uma outra que
envolva colaboração. Relate em uma narrativa de 10 a 15 linhas, o resultado
da atividade e coloque no item “Portfólio” no ambiente TelEduc. Na escola, precisam ser envolvidos todos os funcionários, desde a
direção até as pessoas que trabalham  na limpeza. Muitas vezes as pessoas
querem ajudar e não sabem como. Na  hora do lanche, por exemplo, podem
sentir-se compadecidas e achar que  deveriam alimentar o aluno com
deficiência. Mas é isso de que ele precisa? Em primeiro lugar é preciso ter
claro que colaboração é diferente de ter pena de alguém. Envolve estabelecer
condições para que o outro cresça e sinta-se capaz. Para isso, o primeiro
passo é perguntar: do que você precisa? Há algo em que posso ajudar? No
caso do lanche, por exemplo, pode ser que o aluno com deficiência precise de
uma cadeira com apoio ou talher diferente. Mas para que os profissionais
saibam como agir, precisam de orientação.
A escola, muitas vezes, não está preparada para orientar e formar
todos os profissionais para o trabalho inclusivo  na perspectiva da colaboração.
Ao invés de sentir-se culpada, deve buscar apoio com outros colaboradores e,
é aí que entram as parcerias com profissionais como psicólogos, terapeutas
ocupacionais, pedagogos, entre outros  que, junto com as Secretarias
Municipais e Diretorias de Ensino, no âmbito estadual, podem contribuir com
esse trabalho.
http://www.fotosearch.com.br/IMZ226/csh0193/
Outra parceria importante é a família, que deverá sempre ser
esclarecida sobre o trabalho realizado com as crianças. Historicamente os pais
estão acostumados a serem chamados à escola para ouvir reclamação de seus
filhos. Quebre essa regra!
E quem são os demais
colaboradores? Para isso, comece enviando bilhetes de elogios, descrevendo
eventos de sucesso do seu filho em sala de aula. É importante que os elogios
sejam sinceros, descrevendo atividades que, de fato, a criança tenha realizado.
Faça com que  sintam-se apoiados e percebam o quanto você tem trabalhado
para o melhor desenvolvimento do aluno. Deixe claro também que há tarefas
que precisam ser desenvolvidas em casa e mostre que eles podem, e muito,
auxiliar seus filhos. Ofereça-lhes dicas, exemplos, enfim, dê-lhes orientações
de como  devem proceder para se tornarem colaboradores da Escola.  
 
http://www.fotosearch.com.br/UNN291/u14066045/
Já tem gente fazendo!!!!
A Secretária Municipal de Macatuba-SP “Vera Lucia Simon França Nogueira” email:  educação@macatuba.sp.gov.br já iniciou em 2005 um trabalho de colaboração
entre a equipe de Apoio da secretária (uma fonoaudióloga, uma especialista em educação
especial, uma coordenadora pedagógica e psicóloga) e os professores do ensino comum  para
estabelecer uma colaboração e tornar as escolas do município mais inclusivas.
Uma outra experiência pioneira no Brasil acontece na cidade de Aracruz- ES
comunicacao@aracruz.com que implementou equipes colaborativas em seu sistema
educacional. Cada equipe é composta por profissionais de diversas áreas (fisioterapia,
educação especial, psicologia, serviço social, fonoaudiologia) que atuam colaborativamente
para apoiar o trabalho do professor que atende, na classe comum, aluno com deficiência. O
município foi setoriado e cada equipe ficou com um setor que contém algumas escolas. O
profissional professor especialista em educação especial tem um para cada escola.
Quando parcerias são estabelecidas, o
trabalho se torna mais fácil e
gratificante. Experimente!!! Unidade III: Estratégias de sala de aula
A deficiência mental acaba, às vezes, limitando a capacidade
intelectual de um estudante. Todo planejamento de ações educacionais tem a
intenção de promover a convivência  deste aluno com outras pessoas e,
principalmente, a interatividade com professores e colegas, visando o
desenvolvimento de processos de aprendizagem.
O aluno, em geral, pode participar de todas as atividades da escola,
bem como de toda atividade social. Isto  é um direito.  As dificuldades que
poderão surgir são diversas e, freqüentemente, podem  ser sanadas com
adaptações e arranjos em sala de aula.
A deficiência não é contagiosa e  não faz ninguém regredir. Em
atividades coletivas que envolvem apresentações de teatro ou passeios
externos à escola, ela pode causar algum receio aos pais cujos filhos não são
portadores de deficiência.. Tais situações causam dúvidas como: meu filho vai
ser prejudicado? Meu filho vai ficar como ele? Eu tenho de tomar algum tipo de
precaução? Isso pega? Vocês darão atenção ao meu filho, ou só ao aluno com
deficiência? Meu filho tem de ficar com ele? Tantas outras questões podem
surgir, ainda que veladas. O mais importante é respeitar o convívio social, as
potencialidades e os limites de cada um. Este é o melhor procedimento para a
permanência, com qualidade, do aluno deficiente numa escola comum. Superar
as barreiras e possibilitar o desenvolvimento das potencialidades, mesmo
quando pareçam difíceis, pode ser o melhor caminho.
Vamos assistir a um pequeno vídeo do ambiente teleduc. O trecho
selecionado é do Filme: A Era do Gelo II.
 
http://br.i1.yimg.com/br.movies.yimg.com/cinemateca/fotos/13166ft1.jpg
O filme A Era do Gelo 2,
retoma a história dos animais no
momento em que precisam se
esquivar e fugir do
descongelamento glacial que
está prestes a se concretizar.
Diego, o tigre, precisa vencer
uma das suas maiores
limitações: o medo da água e a
incapacidade de sua espécie de
aprender a nadar. Orientado por
Sid (o bicho preguiça) e
estimulado frente às
necessidades, Diogo consegue
nadar.
No que a ação de Sid pode nos ajudar a compreender a realidade da
criança com deficiência mental?
Muitas vezes, as pessoas foram levadas a acreditar que, assim como
o tigre que não pode nadar, a criança com deficiência mental também não é
capaz de aprender. Acontece que, uma vez orientado, o tigre conseguiu vencer
suas limitações. E o nosso aluno?  Como criar no seu ambiente de
aprendizagem as condições necessárias  para que a Educação seja tomada
como uma necessidade vital? Atividade
No item “Fórum de discussões” coloque suas considerações sobre as
questões apontadas.
Alunos com deficiência são capazes  de estudar e realizar tarefas.
Têm habilidades para realizar, com competência, quase tudo o que é proposto
numa escola.  O aluno tem o direito de  participar, pois  sua diferença não
atrapalha sua competência acadêmica ou social. O professor deverá se
empenhar nos estudos e propor estratégias de adaptações metodológicas.
Alguns dos alunos com deficiência apresentam uma comunicação
satisfatória, outros não. A fala é o principal meio de comunicação, porém, eles
nem sempre a apresentam de forma clara e compreensiva. Assim, uma das
estratégias utilizadas é a comunicação  gestual e sistemas de comunicação
alternativa.
Em atividades que envolvam a fala, quando esta não for satisfatória
ou pouco compreensível, o aluno deve ser respeitado, em sua decisão, se quer
ou não participar. Se sua opção for sim, professores e colegas, com um pouco
de esforço, serão capazes de compreendê-lo.  
 Às vezes,  o aluno com deficiência mental tem  também outro tipo de
deficiência, que pode ser,  por exemplo, física. Quando houver barreiras
arquitetônicas, a primeira alternativa  é eliminá-las ou adaptar o local  com
recursos que venham minimizar seus efeitos.
http://www.bengalalegal.com/cart1.jpgConheça as possibilidades de modificação do espaço e remoção de
barreiras arquitetônicas do espaço  físico e remoção de barreiras
arquitetônicas, clicando no Link: http://www.aibr.com.br/sadef/acesso.htm
Vamos agora pensar sobre algumas possibilidades de
atividades de sala de aula. Estas podem ser preparadas e
aplicadas em colaboração com o professor especialista,
consultor, outros profissionais da escola ou até mesmo com
familiares do aluno.  
Ênfase no canal visual
Na apresentação e memorização das famílias silábicas, uma
possibilidade é utilizar palavras que se repetem ritmicamente, permeando uma
poesia, uma parlenda ou uma canção (Por exemplo: "A flor amarela" de Cecília
Meireles). Os exercícios tanto orais quanto escritos poderão ser feitos
vinculados a um texto, desde o vocabulário básico, silabação interpretação, até
uma atividade mais lúdica, como um jogo com fichas coloridas contendo rimas
(azuis onde estarão escritas palavras como pão, mão, não etc.; rosa  com
palavras como fada, nada, cada,  etc) que serão  distribuídas  aos alunos.  Um
começa levantando sua ficha e  a  completa  formando pares. Nesta atividade a
presença da professora da sala de recursos é bem-vinda, uma vez que auxilia
nos processos de compreensão de comandas, organização de grupos e apoio
ao aluno com deficiência.
A Flor Amarela
Olha
a janela
da bela
Arabela.
Que flor
é aquela
que Arabela
molha?
É uma flor amarela
MEIRELES, Cecília. Ou isto ou aquilo. São Paulo, Editora Giroflê, 1964.
A introdução à geometria poderá ser feita criando-se inúmeras
figuras e personagens de histórias. Assim a criança perceberá a versatilidade
das formas, sua rotação e translação no espaço. Por exemplo, criar com os
alunos uma história onde as  figuras geométricas estejam soltas e resolvam
agrupar-se para formarem coisas que existam no mundo como uma casa, um robô, uma flor, etc. As figuras devem ser estilizadas, mas mantém-se o nome e
a nomenclatura das figuras geométricas.
Num trabalho de percepção visual das palavras, sugerimos listas de
palavras e de rimas, onde uma palavra pode ser transformada em outra com
significado completamente diferente. (Por ex. - sol, sal, mal, mar ou longe,
monge, monte, morte, morto, porto, perto).  Nesta atividade deve haver o
cuidado de trabalhar o vocabulário  e  o significado  das palavras, procurando
trazer tudo o que  é falado para  situações  concretas,  ainda que  seja  com
ilustrações.  As palavras deverão ter sido trabalhadas anteriormente com a
criança, e  este trabalho pode ter sido realizado pela professora da sala de
recursos ou mesmo pela família.  
Empregar dramatizações com as crianças, ou realizar confecção de
bonecos ou fantoches desenhados e/ou pintados no dorso e na palma da mão
com caneta esferográfica e complementados com fios, papéis etc., são
atividades que podem estimular a criatividade dos alunos e as intervenções
educacionais do professor.
No trabalho com educação artística, podem-se utilizar obras de
artistas plásticos conhecidos, de forma  simples, solicitando que os alunos as
observem , favorecendo condições para que fiquem atentos às  cores  e  suas
combinações,  às figuras  geométricas, aos personagens,  se há  ou  não
pessoas e ações, se há natureza morta, quem pintou, desenhou ou esculpiu, o
que cada obra  quis retratar, etc. Este trabalho   pode  ser  feito  em  pequenos
grupos  e   cada   um, posteriormente,  expressará  suas observações e
opiniões  por meio de ilustrações, textos, mímicas, dramatizações, etc. As
imagens das obras de arte podem ser obtidas em sites da internet como:
http://www.pintoresfamosos.com.br/,  http://www.escritoriodearte.com/home.asp.
Quando o professor for oferecer à classe um texto  escrito extenso
(aproximadamente 30-60 linhas), sugerimos que o mesmo seja intercalado com
ilustrações ricas e significativas. No final do texto, um pequeno vocabulário com
as palavras que os alunos não conhecem poderá ser elaborado pela classe
toda. Feita a lista, formam-se duplas para buscarem, no dicionário, os
respectivos significados .  Desta forma o professor facilitará a compreensão do
texto e oferecerá a possibilidade de uma orientação individual pelo colega de
classe.  O professor deverá ter sensibilidade para sugerir um colega que tenha
afinidade com o aluno com deficiência e também para não colocar sempre o
mesmo colega na dupla, evitando assim criar uma espécie de "muleta".
Lembramos que o trabalho em dupla deverá ser feito por todos alunos da
classe!
• dirigir-se ao aluno sempre de frente;
Dicas Importantes para o trabalho com
alunos com deficiência: • falar de frente para o aluno;
• manter boa iluminação da sala;
• modificar a disposição das carteiras na sala de aula quando
necessário;
• manter cartazes e figuras significativas nas paredes (cuidado para
não poluir o ambiente);
• sentar o aluno no lugar mais adequado;
• adoção de um programa motivador que leve em conta seus
interesses;
• manter a participação ativa do  aluno, ainda que ele não seja
capaz de desempenhar os mesmos papéis dos demais;
• promover atividades que favoreçam o aprendizado associando e
comparando  situações e/ou objetos já conhecidos, valendo-se
dos concretos para apresentação dos conceitos;
• promover atividades que prezem o contato mais próximo possível
com o real;
• ao final de cada tópico trabalhado, orientar e reorganizar todo o
trabalho desenvolvido de forma lógica e linear;
• retomar, sempre que necessário, os tópicos já desenvolvidos ;
• envolver a família no processo educativo, sem transferir a
responsabilidade deste a ela;
• garantir, sempre que possível, o ensino colaborativo, bem como,
adaptações curriculares sempre que necessário, com apoio do
especialista ou de outros colaboradores.
Ênfase no canal auditivo
Partindo do próprio nome da criança, criar novas palavras
associando-as às suas características.. Formar frases do tipo: "Paulo pegou um
pequeno pato", "Pegou as pernas e preparou um apetitoso prato". Estas frase é
construída em conjunto com a classe  e o nome a ser trabalhado deverá ser
colocado espontaneamente para o grupo. Vale ressaltar que a frase deve ser
elaborada de acordo com o contexto dos alunos e com um texto significativo. O
professor deve ter o cuidado de explicar e explorar o máximo possível o
vocabulário utilizado, escolhido e trabalhado por ele e pela turma.. Neste
momento é importante a presença de um professor de apoio colaborando com
o aluno deficiente para  que ele possa participar da produção do texto de forma
significativa e com compreensão da atividade. Quando não houver o professor
de apoio, outro colaborador deverá ser  escolhido de acordo com as
possibilidades de cada escola.
A repetição rítmica de uma simples quadrinha, com palmas ou outras
batidas corporais, com certeza, será bastante enriquecedora, dando condições
para uma estruturação rítmica e conceitos de seqüência e seriação. Estes
conceitos serão transpostos gradativamente à  estrutura frasal.
Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão,
Menininha quando dorme, põe a mão no coração.  Uma boa estratégia para produção oral é reunir a classe, pedir que
dêem uma outra direção ao fim de uma história já conhecida de todos, como os
contos infantis, inserindo outras ações nas falas dos personagens. Um final
diferente para a história do Chapeuzinho Vermelho proporciona a ampliação do
vocabulário e a expressão  oral da imaginação e dos  processos criativos das
crianças. É uma atividade da qual o aluno com deficiência mental poderá obter
sucesso.
Quando o professor for trabalhar com músicas e cantigas com a
classe, sugerimos que o mesmo faça marcações no ritmo e entonação. Os
gestos indicativos sobre a letra da música também são bem aceitos como
marcadores. Antes de ser cantada, a letra da música deverá ser trabalhada nos
aspectos da sua origem social (festa junina, folclore, natal, etc.) como também
seu vocabulário e significado. Os versos devem ser contados, marcados e
cantados individualmente, antes da música ser cantada como um todo.
 Uma boa dica é acessar o site: www.cantigas.com.br e copiar músicas e
cantigas gratuitamente para serem trabalhadas em sala de aula.
Ênfase na percepção Tátil
Ao trabalhar matemática, o professor poderá utilizar os materiais
pedagógicos concretos e/ou aqueles confeccionados a partir de sucatas com
os alunos nas atividades de educação artística. O trabalho realizado em duplas
ou grupos é facilitado no que diz respeito à compreensão das ordens e
seqüências das tarefas a serem seguidas. Os demais recursos utilizados pela
professora deverão ser acessíveis mediante a compreensão do vocabulário.
Ênfase no vocabulário
No que diz respeito à sistematização dos conteúdos trabalhados, os
professores usualmente reportam-se a  questões, exercícios para preencher
lacunas, palavras cruzadas, dentre tantas outras possibilidades,  além das
atividades  propostas  pelo  livro didático. Nestes casos, muitas vezes, o aluno
com deficiência sentirá dificuldade em realizar a atividade, por não conseguir
interpretar o enunciado ou as instruções do exercício. O professor deverá
procurar  um vocabulário mais simples,  ir até ele e explicar o significado das
palavras. Por exemplo, num exercício pode estar escrito no enunciado:
"Escreva a palavra que falta" ou descobrir a palavra, com o mesmo significado
de “preencher as lacunas”, “Isso não significa empobrecimento de vocabulário,
mas uma adaptação que, gradativamente, deverá ser abolida do processo, à
medida que o aluno se aproprie do vocabulário específico.
Orientações Gerais
Quando a atividade for uma dramatização, a participação do aluno
com deficiência também poderá ocorrer, desde que não lhe seja oferecido um
texto de fala ou um personagem que lhe causará constrangimento por não
conseguir sair-se bem devido as suas limitações.  Poderá a professora
oferecer-lhe personagens com falas menores ou pouca locomoção. Caberá à
professora saber a melhor forma de  colocar o aluno com deficiência na atividade. Caso o aluno saiba ler, o professor deverá escolher um personagem
e oferecer ao aluno com deficiência e, para os demais alunos a possibilidade
de escolha dos personagens. Cada aluno   perceberá a sua maior facilidade
para escolher o papel a ser representado.
É importante que o educador:
• procure não encarar a deficiência com pena, compaixão, visto
que o aluno com deficiência não precisa de piedade, mas sim
de oportunidades;
• não chamar, nem se referir ao aluno com deficiência
salientando sua limitação ou dificuldade.  Chamá-lo de
"mudinho", “bobinho”, “aleijadinho” ou "ceguinho" é de extrema
indelicadeza e indica falta de respeito ao próximo.  Ninguém
gosta de ser rotulado e classificado por seu defeito mais
aparente;
• ofereça ao aluno com deficiência o maior número possível de
informações sobre o assunto que está em discussão para que
ele não fique deslocado. Não falar de costas para o ele, nem
quando estiver rindo ou comendo, isto impossibilitará que ele
o compreenda;
• chame o aluno pelo nome e sempre que estiver próximo,
evitando gritos no meio do pátio, do corredor ou da sala de
aula por qualquer motivo que seja.  Ao gritar, pode ser que ele
esteja distraído e não o ouça, dependendo da distância, vindo
a sofrer constrangimento por não atender ao seu chamado;
• não deixe que passe por situações embaraçosas quando junto
de outros colegas. Oriente os demais alunos da turma para
que respeitem as diferenças e limitações de cada um;
• no horário do recreio, não permita que o aluno com deficiência
fique próximo à lanchonete ou cantina da escola, utilizando-se
de sua deficiência para ganhar lanches gratuitamente pela
compaixão dos colegas;
• favoreça condições de socialização do aluno com deficiência e
seus pares durante o recreio e em outras atividades.
Estas são sugestões que você poderá discutir com seu professor
colaborador. São apenas exemplos para que vocês façam e elaborem seus
próprios planejamentos e proposições.
Dica de site!!!
www.inclusao.com.brAtividade
Agora que você já conheceu um pouco sobre suas possibilidades de
intervenção colaborativa em sala de aula, pense em um aluno, que seja da sua
turma, deste ano ou não, que tenha limitações devido à deficiência mental
(caso não tenha esse aluno, poderá ser um com dificuldade de aprendizagem)
e elabore uma estratégia de ensino colaborativo. Desenvolva-a em sua sala de
aula, descreva sua experiência em um texto de 10 a 15 linhas e não se
esqueça de postar no item “Portfólio” no Ambiente TelEduc. Unidade IV: Bom Dia, Professor (a)!
Bom dia, professor (a) !!! Esta  saudação diz muito mais do que o
mero desejo que o dia do professor(a) seja bom. Um bom dia bem falado, bem
desejado, tem um significado muito mais amplo. Significa “Professor (a), eu sei
que tudo o que você preparou para mim  para o dia de hoje será ótimo!” Os
nossos planos sempre são perfeitos, pois vêm ao encontro de tudo de bom que
queremos e acreditamos.
Verdade nos seja dita, quantas e quantas vezes fazemos planos e
planos em nossa vida? Aquela viagem  nas tão sonhadas férias de janeiro, a
troca do carro ao final do ano, a visita à casa da amiga, a recepção no final de
semana para os amigos do trabalho... Quantas vezes desmarcamos, adiamos,
ou ainda quando os  realizamos,  o resultado não é o que esperávamos. Na
viagem de férias para a praia choveu durante os 10 dias; o carro novo tem um
imposto muito alto e não vai dar mais para viajar e aquela visita à casa da
amiga e a recepção dos amigos em casa,  que ainda não saíram do
planejamento? Nem por isso deixamos de sonhar com as próximas férias, nem
com outro carro novo, nem com os passeios e com a companhia dos amigos.
Muito do que planejamos e realizamos  em sala de aula também não sai a
contento, como havíamos planejado em nossa vida cotidiana.
Contudo, esses não são e não podem ser os motivos para
desistirmos de nossos planos. As situações de sucesso e fracasso são
sucessivas em nossas vidas, mas, a maioria entre nós, luta mais e mais para
alcançar o sucesso.
Na sala de aula inclusiva o processo não é diferente. Estamos
sempre trilhando caminhos que visam resultados positivos.
As sugestões e possibilidades aqui apresentadas não são receitas
prontas, testadas e acabadas. Não há regras prédefinidas. O que procuramos
demonstrar foram algumas possibilidades  mais assertivas  para cumprirmos
com o compromisso da  permanência e qualidade do aluno com deficiência em
classe comum.
Propostas que fizemos aqui podem  ser testadas e implementadas
por você, professor(a), e não surtir o efeito esperado. Sabe o motivo? Somos
diferentes, os ambientes são diferentes e é preciso atender às especificidades
de cada professor, de cada aluno, de cada escola e de cada equipe
colaborativa. O que é bom para um grupo, pode não ser para  o outro. Todo
início de trabalho causa um certo desconforto e são comuns pensamentos e
inquietações do tipo:
 “Meu Deus, como é que eu ia fazer?” Porque eu não
tinha noção de como me comunicar com ela (a aluna
com deficiência). Então, de alguma forma a gente tem
de ter uma comunicação. “E aí eu fui fazendo do meu
jeito, pedi para ter calma, e fui... E eu fui conseguindo
muita coisa com ela. Assim do meu jeito ela conseguia
entender umas coisas e outras coisas, tinha hora que
eu parava e pensava: “Meu Deus, e agora?” Mas eu
tive o auxílio da professora da sala de recursos e o
importante é ela estar caminhando bem. (ZANATA,
2004). http://www.fotosearch.com.br/EYW207/ei00004/
Muitas das evidências contidas e descritas nos estudos sobre o
ensino colaborativo indicam que a intervenção proposta tem potencial para
melhorar a qualidade do  ensino para o aluno com deficiência em classe
comum. É preciso ter claro que essa melhoria não é fruto de ações
imediatistas, muito pelo contrário,  ela tende a ocorrer à medida que o
professor estabelece ( mais e mais ) parcerias colaborativas, que diversifica e
analisa o resultado de suas práticas  pedagógicas inclusivas, ampliando a
possibilidade de acesso do aluno com deficiência ao currículo.
O significado da ação pedagógica dos professores e, muitas vezes,
da equipe envolvida na proposta colaborativa, é muito diferente de um produto
manufaturado, pois está estreitamente condicionado à necessidade que o
aluno tem dessa ou nessa ação. E, uma vez que o trabalho do professor tem
como característica predominante utilizar o seu repertório de formação, o
professor de classe comum, com aluno incluído, precisa dispor de uma
bagagem teórico-prática que favoreça as suas possibilidades de elaborar e
Nem tudo está perdido. Calma!!
Para o ensino colaborativo é
preciso:
Muita Flexibilidade!!!!!! reestruturar suas aulas em atenção à especificidade de seu aluno. É
necessário que suas aulas se tornem, dessa forma, elementos vivos e
significativos para o aluno e para o professor respectivamente. Do contrário, as
atividades propostas perderiam sua real finalidade ao fim de cada processo e
desapareceriam, como se nunca houvessem existido.
Essa sensação de fazer parte do processo educativo pode ser
percebida no depoimento de uma professora de classe comum que se propôs a
trabalhar nessa perspectiva colaborativa:
É interessante, de repente a gente
fica assim: “Ai meu Deus!” Na hora
eu nem acredito, porque na medida
em que ela (a aluna com deficiência)
faz uma expressão que entendeu,
que está conseguindo, que está
acompanhando, é muito bom e, ... a
gente vendo depois, a gente pode
ver no que falhou, no que pode
melhorar, então é
interessante.(ZANATA, 2004).
Dessa forma, os erros e acertos são entendidos como parte
fundamental do processo. Sem eles é impossível caminhar nessa abordagem.
A prática reflexiva, a elaboração de modificações e a realização do
planejamento de forma colaborativa, constituem-se práticas pertinentes ao
aprimoramento da profissionalização do educador. São instâncias que
permitem essa otimização, não só em relação ao aluno com deficiência, mas
também aos demais alunos da sala de aula.
A inclusão escolar pressupõe ainda que haja uma redefinição no
papel do professor do ensino especial, já que ele deve deixar de ser um
professor restrito à classe especial. Deve passar então a atuar num ambiente
que busca ser inclusivo e adquirir o  papel de colaborador do professor do
ensino comum.
Os resultados de estudos sobre as propostas colaborativas
apontaram que a prática pedagógica do  professor do ensino comum, que
atende um aluno com deficiência, não depende necessariamente de tempo de
experiência anterior com este tipo de  aluno, mas sim,  de seu empenho na
efetivação da parceria colaborativa e no seu envolvimento com o conhecimento
específico da deficiência com a qual irá trabalhar (CAPELLINI, 2004 e
ZANATA, 2004). Estudos paralelos buscam informações e estas são
importantes trocas de experiências, elementos fundamentais para obtenção de
bons resultados oriundos da colaboração.
Bom dia, professor(a)!!! Esta saudação ainda será muitas e muitas
vezes proferida por seus alunos e, no seu mais íntimo, a resposta lhe será bem
nítida: “Sim, meu dia será muito bom e o seu também”.
Vera, Eliana e Verônica. CAPELLINI, V. L. M. Avaliação das possibilidades de ensino colaborativo
no processo de inclusão escolar do aluno com deficiência mental. 2004.
Tese (Doutorado em Educação Especial) Universidade Federal de São Carlos.
2004. http://www.bdtd.ufscar.br/tde_arquivos/9/TDE-2005-04-08T05:35:31Z-
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DIEKER, L. A. & BARNETT, C. A. (1996). Effective co-teaching. TEACHING
Exceptional Children, 29 (1), 5-7.Interactions. White Plains, NY: Longman,
1996.
FREIRE, P. (1970). Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e Terra.
FRIEND, M., & COOK, L. Collaboration as a predictor for success in school
reform. Journal of Educational and Psychological Consultation, 1 (1), 69-
86,1990.
GARGIULO, R. M. Education on contemporary society: an introduction to
exceptionality. Thomson Learning: United Station. 2003.
WOOD, M. Whose Job is it Anyway? Educational roles In Inclusion. Exceptional
children, vol. 64, nº. 2, p.181-195, 1998.
ZANATTA, E. M. Planejamento de práticas pedagógicas inclusivas para
alunos surdos numa perspectiva colaborativa. 2004. Tese (Doutorado em
Educação Especial). Universidade Federal de São Carlos. 2004.
http://www.bdtd.ufscar.br/tde_arquivos/9/TDE-2005-04-08T05:47:01Z-
585/Publico/TeseEMZ.pd