sábado, 24 de setembro de 2011

O trabalho pedágogico do Berçário e
Mini-Maternal. Orientações para uma prática
inclusiva na Educação infantil

Cuidar e Educar
Compreende-se hoje que cuidar da criança é atender suas necessidades físicas oferecendo-lhe condições de se sentir confortável em relação ao sono, à fome, à sede,à higiene, à dor, etc. Mas não apenas isto. Cuidar inclui acolher, garantir a segurança e alimentar a curiosidade e expressividade infantis. Nesse sentido, cuidar é educar, dar condições para as crianças explorarem o ambiente e construírem sentidos pessoais, à medida que vão se constituindo como sujeitos e se apropriando de modo único das formas culturais de agir, sentir e pensar. Inclui ter sensibilidade e delicadeza, sempre que necessário, além de cuidados especiais conforme as necessidades de cada criança. Portanto, cuidar e educar são dimensões indissociáveis de todas as ações do educador. Assim, pode-se dizer que educar e cuidar da criança implica:
• acolhê-la nos momentos difíceis, fazê-la sentir-se confortável e segura, orientá-la sempre que necessário e apresentar-lhe o mundo da natureza, da sociedade e da cultura, aqui incluindo as artes e a linguagem verbal;
• garantir uma experiência bem-sucedida de aprendizagem a todas as crianças sem discriminar aquelas que apresentam necessidades educacionais especiais ou que pertencem a determinadas etnias ou condições sociais;
• trabalhar na perspectiva de que as próprias crianças aprendam a se cuidar mutuamente, busquem suas próprias perguntas e respostas sobre o mundo e respeitem suas diferenças, promovendo-lhes autonomia.

Sugestões de atividades pedagógicas para berçário e mini-maternal nas diferentes áreas curriculares da Educação Infantil.

Movimento



BERÇÁRIO  1
As crianças, desde bebês, podem ser incentivadas a explorar com progressiva autonomia, presteza e confiança os diferentes desafios oferecidos pelo espaço para além do berço, por meio de movimentos rudimentares e básicos, tais como erguer a cabeça, rolar, sentar, apoiar, rastejar e engatinhar. Também podem aprender a manipular e explorar diferentes objetos, utilizando-se dos movimentos básicos tais como pegar, largar, levar à boca, chutar, lançar de diferentes modos, empilhar, encaixar, etc.  
Os bebês podem ser ajudados a familiarizar-se com a própria imagem corporal,
discriminando sensações e percepções ligadas aos diferentes segmentos do corpo, especialmente por meio da interação com os outros parceiros, do toque e uso do espelho.



BERÇÁRIO 2
Com a conquista da marcha, as crianças podem explorar desafios maiores oferecidos pelo espaço por meio de movimentos coordenados rudimentares e básicos (erguer a cabeça, rolar, sentar, apoiar, rastejar, engatinhar), mas também andar, correr, saltar, saltitar, pular para baixo, subir, etc, com maior autonomia, presteza e confiança. Elas podem ser apoiadas a manipular e
explorar objetos de diferentes características (formas, pesos, texturas, tamanhos, etc.) utilizando-se de movimentos básicos (pegar, largar, levar à boca, chutar, lançar de diferentes modos, empilhar, encaixar, etc.) igualmente com autonomia, presteza e confiança progressiva.
As crianças podem aprender a familiarizar-se com a própria imagem corporal e a discriminar, no que se refere às sensações e percepções, as suas diferentes partes, por meio do toque, interação com diferentes parceiros (adultos e crianças de diferentes faixas etárias), brincadeiras, uso do espelho, fotografia, imagens de corpo humano, etc.



MINI- MATERNAL  E MATERNAL
As crianças podem continuar a ser incentivadas a explorar os diferentes desafios oferecidos pelo espaço por meio de movimentos coordenados básicos (como andar, correr, saltar, saltitar, pular para baixo, subir, escalar, trepar, arrastar-se, pendurar-se,balançar-se, equilibrar-se, etc.) com maior autonomia, presteza e confiança, e aprender a orientar-se corporalmente com relação a: em frente, atrás, no alto, em cima, embaixo, dentro, fora. Também podem aprender a usar os movimentos básicos de pegar, lançar, encaixar, empilhar, etc. com mais destreza e autonomia na manipulação e exploração de diferentes objetos
As crianças podem apropriar-se da própria imagem corporal, por meio dos recursos já mencionados e podem aprender a discriminar e nomear as diferentes partes do próprio corpo e o do outro. Podem controlar gradualmente o próprio movimento, ajustando suas habilidades às diferentes situações das quais participa (brincadeiras e atividades cotidianas) e conhecer as potencialidades e limites do próprio corpo. Com isso desenvolvem uma atitude positiva com relação a seu corpo e ao do outro, assim como prazer ao movimentar-se.


BRINCADEIRAS


BERÇÁRIO 1
 Desde cedo as crianças podem aprender a brincar com as professoras de esconder e descobrir o rosto, a procurar e achar objetos que foram escondidos, a esconder-se em algum canto da sala e ser encontrado, a jogar bola.
Podem aprender a encaixar peças de madeira ou empilhar cubos, e a participar com os companheiros de brincadeiras de roda, cirandas, imitando gestos e vocalizações do professor e dos colegas.
Na interação com outros bebês, podem se envolver em turnos de troca
de objeto, ritmar uma mesma ação. Por exemplo, bater com as mãos sobre uma superfície, entrar e sair de espaços pequenos.

BERÇÁRIO 2
As formas de brincar já experimentadas podem prosseguir e novas aprendizagens podem ser estimuladas: brincar de roda ou de cirandas imitando gestos e cantos do professor e dos colegas; brincar de esconde-esconde, de jogar bola, de correr, com a supervisão do professor; imitar gestos e vocalizações de adultos, crianças ou animais, usar alguns objetos de um modo inusitado e em substituição de outros (por exemplo, fazer gesto de passar um toquinho de madeira no corpo como se ele fosse um sabonete).

MINI- MATERNAL
As crianças podem aprender a participar de cirandas e brincadeiras de roda, cantando e fazendo os gestos esperados sem precisar ter o professor como modelo, a brincar de esconde – esconde e pega-pega, a jogar bola com supervisão do professor.
Elas podem ampliar a imitação de gestos, posturas e vocalizações de modelos (adultos, crianças, animais ou personagens de histórias) na ausência deles e a imitação de objetos (o som do relógio, o movimento de um carro). Podem ser
apoiadas a assumir papéis ao reproduzirem situações cotidianas no faz-de-conta mediado por objetos e indumentárias, ou a imitar as ações de um personagem de uma história lida (imitar o lobo da história,
caminhar como os sete anões cantando na floresta).
Podem aprender a brincar com marionetes reproduzindo falas simples de personagens que memorizaram ou que inventam.
Elas podem ainda aprender a construir, com o auxilio do professor, brinquedos com sucatas a partir de modelos, casas ou castelos com areia, sucata, tocos de madeira e outros materiais.










LINGUAGEM ORAL E ESCRITA


BERÇÁRIOS e MINI-MATERNAL
As crianças que vivem em um contexto comunicativo, rico em interações, podem, desde muito cedo, progressivamente aprender a expressar seus desejos, sentimentos e necessidades por meio de gestos e balbucios, e participar de situações mais coletivas de comunicação, ainda que não seja uma roda de conversa propriamente dita, onde têm oportunidade de manter contato com outros falantes, observá-los, imitá-los, etc. Elas podem aprender, com apoio do professor, a organizar oralmente as etapas de uma instrução, como seguir uma receita ou as regras para uma brincadeira, por exemplo.



BERÇÁRIOS
Nas interações que estabelecem com o professor, as crianças podem ser ajudadas a organizar seus balbucios em expressões que podem ser compreendidas por qualquer falante de sua língua. Elas podem participar de uma situação mais coletiva de comunicação, ainda que não seja
uma roda de conversa propriamente dita, e expressar-se oralmente com o apoio do professor, que as auxilia a relatar ao seu modo suas brincadeiras ou fatos do cotidiano.


MINI-MATERNAL
As crianças podem aprender a participar de espaços de conversa coletiva, apoiando-se não apenas na fala complementar do professor, mas
também em sua memória e em seus próprios recursos expressivos.
As crianças podem aprender a reconhecer e usar rimas em suas brincadeiras, espontaneamente, acionando os textos da tradição oral de memória, ou identificando e acompanhando a leitura do professor.
As crianças podem reproduzir os comportamentos, a gestualidade e a postura que o professor adota quando lê para ela, tais como ler a partir da capa, virar as páginas do livro sucessivamente, etc., reconhecer no livro as histórias que lhe são lidas, procurar por e/ou pedir ao professor diferentes livros de sua preferência, reconhecer passagens de histórias a partir das imagens/ ilustrações de um livro.




BERÇÁRIO 1
Os bebês podem ser apoiados a acompanhar a cantoria de parlendas, cantigas ou brincadeiras cantadas, expressando-se corporalmente, emitindo sonorizações, vocalizando com o apoio do professor, etc.
As crianças podem ser ajudadas a distinguir a entonação do professor quando ele conta histórias e quando se comunica em situações cotidianas, por exemplo.

BERÇÁRIO 2
As crianças podem aprender a reconhecer e recitar parlendas e outros textos da tradição oral, tais como quadrinhas, adivinhas etc.
As crianças podem acompanhar verbalmente contos de repetição a partir das narrações do professor e narrar trechos de histórias utilizando recursos expressivos próprios.

 


NATUREZA E SOCIEDADE


Emei, creches e Emeiis devem, caracterizar-se como espaços onde as crianças encontrem, desde cedo, espaço vivo de informações sobre diferente conteúdos que compõem o universo de conhecimentos construídos pelas ciências naturais e sociais. A compreensão do mundo natural, físico e social acompanha o constante esforço que cada criança faz para singularizar-se, para perceber-se como única, como pessoa diferente das demais, mas incluída em um projeto humano solidário onde as mais variadas pessoas se colocam em busca de formas de justiça social e de preservação do planeta.


BERÇÁRIO 1
 Os bebês podem brincar com água e areia, ou terra, pasta de maisena ou outros materiais e explorar texturas e algumas propriedades simples dos materiais, como, por exemplo, a temperatura e consistência. Em suas atividades, podem ser incentivados a notar variações de sons (alto, baixo, grave, agudo), assim como variações de localizações (esquerda, direita).

BERÇÁRIO 2
 As crianças podem ser incentivadas a iniciar pequenas explorações com alimentos, objetos e cheiros que ampliam suas experiências com sensações visuais, auditivas, gustativas e olfativas. Podem aprender a observar reações de causa e efeito se forem estimuladas a agir sobre objetos para ver como eles reagem: chutar bola de modo forte e fraco, misturar terra e água, por
exemplo. Elas podem ainda aprender a reconhecer a si pelo próprio nome, assim como a seus pais e amigos mais próximos e os diferentes adultos que têm contato direto nos espaços da escola.


MINI-MATERNAL
 As crianças podem aprender a agir sobre objetos e materiais, com ajuda do professor, fazendo misturas de água e areia ou modelando a massinha produzida, criando misturas.
Por exemplo, mingau grosso de água e maisena, e pesquisar algumas características físicas, ou seja, consistência (duro, mole), temperatura (quente, frio), peso (leve, pesado). Podem aprender a observar diferenças e semelhanças entre o estado inicial e final dessas misturas e pensar sobre
problemas simples, como por exemplo, como fazer para uma mistura ficar mais “molinha”, ou como deslocar um objeto pesado. Podem observar sua imagem refletida no espelho, observar outras pessoas e comparar algumas de suas características pessoais, como cor e tamanho do cabelo, número de dentes, altura. Podem familiarizar-se com formas de organizações sociais: aprender
a viver com o outro, conhecer e aprender a lidar com regras e combinados, acalentar o amigo quando este está triste ou chorando, conforme aprendem a realizar brincadeiras e tarefas em dupla ou grupo – guardar brinquedo numa caixa, brincar de fazer “melecas” de água e terra, ou água e areia. Podem reconhecer diferenças e semelhanças entre sua organização familiar e a das
outras crianças e identificar seus colegas e outros adultos dos espaços de educação infantil pelo nome. Podem aprender a observar animais, em livros, revistas e filmes, a reconhecer os sons por eles produzidos, sua pelagem, forma do corpo, presença de bico, localização dos olhos e outras
características físicas externas, além de alimentação e moradia, e podem aprender sobre formas de registro e pesquisa em diferentes fontes. OS


BERÇÁRIOS E MINI-MATERNAL
Uma consideração especial considerando as características do pensamento das crianças menores de Berçários I e II e Mini- maternal, é evidente que não se pode falar em ensinar Matemática, por outro lado, também não se pode negar que algumas experiências são essenciais e devem ser tomadas com intencionalidade por parte do professor, pois as tantas experiências vividas nas situações de brincadeiras já trazem elementos que a cada tempo vão se modificando e transformando em informações relevantes para aprendizagem da
matemática propriamente dita. Tomar estas experiências isoladamente certamente não faz nenhum sentido, por essa razão, o mais adequado é apontar para situações que favoreçam as aprendizagens relacionadas ao conhecimento matemático, mas sem descolar de todo conjunto que compõe as aprendizagens neste momento de desenvolvimento. Criar um espaço específico para o “ensino da matemática” no currículo de  EMEIs significaria desconsiderar como pensam as crianças neste faixa etária além de propor um desmembramento nada indicado. Sendo assim, intensificar as brincadeiras com objetos para serem amassados, deslocados, ou ainda propostas para as crianças se movimentarem enfrentando obstáculos, em direção a alguém ou a alguma coisa são experiências que ajudam as crianças a começar a compreender suas relações com os objetos e com o espaço. Trata-se de uma aproximação global que mais tarde ganha sentido no corpo dos conhecimentos matemáticos. Para tanto, o professor precisa favorecer e organizar experiências envolvendo diversas explorações do espaço e dos objetos 


Berçário 1 e 2 e Mini- Maternal  
Manipular, explorar e observar quantidades.
Priorizar o trabalho com o lúdico de forma a atender as necessidades reais de contagem.
Aprender a se deslocar ou deslocar objetos no espaço – andar, correr, arrastar ou empurrar sem esbarrar em pessoas ou objetos, deslocar-se em espaços para além da sala do grupo e explorar os diferentes caminhos para se chegar a um mesmo lugar e deslocar-se enfrentando obstáculos presentes nos trajetos: subindo, descendo, pulando, passando por cima, por baixo, rodeando, equilibrando-se -, de preferência sem a ajuda de um adulto, são aprendizagens que se ligam à organização espacial. Outras aprendizagens que podem ser estimuladas são: procurar objetos ou pessoas escondidos em diferentes lugares, manipular objetos de diferentes formatos e tamanhos
e utilizar o conhecimento de suas propriedades para explorá-los com maior intencionalidade, ou manipular objetos variados de novas maneiras, empilhá-los do menor para o maior e vice e versa, e produzir novos sons, novas formas, novos usos para os mesmos.


Música


 BERÇÁRIO 1
 Os bebês podem ser apoiados a perceber os sons do ambiente e a reagir a sons e músicas.
Podem reconhecer suas músicas preferidas acompanhando-as por meio de movimento corporal.

BERÇÁRIO 2
 As crianças podem produzir sons batendo, sacudindo, chacoalhando etc. objetos sonoros e instrumentos musicais diversos, usando o próprio corpo e a voz. Podem ser convidadas a explorar as qualidades sonoras (intensidade, duração, timbre, altura) de objetos e instrumentos musicais diversos, mesmo sem reconhecê-las convencionalmente. Podem ainda aprender a explorar as possibilidades expressivas da própria voz.

MINI-MATERNAL
As crianças podem ser desafiadas a cantar, sozinhas ou em grupo, partes ou frases das canções que já conhecem, a participar de brincadeiras musicais e a relacionar a música com a expressão corporal e a dança. Podem aprender a identificar diferentes paisagens sonoras, percebendo suas qualidades: aprender a identificar o silêncio, a identificar sons da natureza (cantos de pássaros, “vozes” de animais, barulho do vento, da chuva etc.) ou da cultura (vozes humanas, instrumentos musicais, máquinas, objetos e outras fontes sonoras). Elas podem aprender a reconhecer diferentes qualidades dos sons, ainda que não saibam nomeá-las convencionalmente, e a apreciar músicas instrumentais e diferentes expressões da cultura musical brasileira, bem como de outras culturas.
Podem também aprender a reconhecer e demonstrar sua preferência por músicas instrumentais, canções, acalantos, cantigas de roda, parlendas, trava-línguas, mnemônicas, adivinhas etc, cantar e participar de brinquedos de roda e jogos musicais.


 

ARTE

BERÇÁRIO 1
 As crianças podem ser incentivadas a observar e explorar os ambientes internos e externos de seu entorno onde podem ter acesso a diferentes manifestações no campo visual: desenho, pintura, fotografia, artesanato etc., e a demonstrar, por meio do olhar, de sorrisos, de gestos, de interjeições etc., suas preferências por determinados objetos, sejam eles bi ou tridimensionais. As crianças podem observar outras crianças desenhando e aprender a marcar diversos suportes com suas garatujas básicas
 As crianças podem ser apoiadas a observar as transformações das cores nas misturas de composições não tóxicas, mais especificamente sucos, mingau de beterraba, gelatina, etc. Elas também podem experimentar e articular visualmente as diferentes relações de claro e escuro na natureza e nos meios artificiais, como a pintura, a fotografia, o cinema, etc.

BERÇÁRIO 2
 As crianças podem não apenas observar, mas também começar a explorar algumas das manifestações do campo visual. No contato com um ambiente visual voltado ao desenvolvimento de sua criatividade, as crianças podem reconhecer sua marca gráfica entre as produções de outras crianças e
apontar sua produção entre as expostas na sala ou na roda de observação das produções do grupo.
As crianças podem aprender a utilizar diferentes ferramentas, suportes e materiais e diferentes posições espaciais e corporais para desenhar: sentado, em pé, deitado de bruços, etc., para explorar diversas possibilidades de traçar garatujas, desde as mais desordenadas até os diagramas, radiais, etc.
As crianças podem usar diferentes materiais e ferramentas na exploração de objetos e fenômenos que envolvam a ocorrência das cores, explorar massas de cor e alterar sua aparência e/ou sensação tátil. Por exemplo, tornando-as mais ou menos diluída, mais ou menos opaca, etc.



MINI-MATERNAL
 As crianças podem ser ajudadas a constituir um repertório de imagens de referência e aprender a reconhecê-las na ilustração de livros, em cartazes fixados na parede, etc. Elas podem aprender a expressar suas ideias e sensações sobre tais imagens por meio de sua fala, do corpo ou de outras experimentações artísticas nas mais variadas linguagens
As crianças podem aprender a orientar-se na produção de seus desenhos por
conhecimentos tipicamente visuais – tais como a ordenações de espaços vazios, cheios, abertos, fechados, seja em plano bidimensional ou tridimensional, a reconhecer seus desenhos, distinguindo os dos de outras crianças e a comentar
As crianças podem progressivamente aprender a usar diferentes materiais e ferramentas para explorar objetos e fenômenos que envolvam diferentes possibilidades da cor para criar padrões de preenchimento variados (imprimindo, carimbando, pintando, preenchendo, etc.), nas produções de
desenhos, pinturas e criação de demais objetos bidimensionais ou tridimensionais.
Também se espera que todo o conhecimento sobre as cores, suas texturas, aparência, etc., conhecimentos construídos desde muito cedo nas brincadeiras com as melecas, possa dar às crianças, possibilidade de se expressarem visualmente controlando a sobreposição de cores para alterar sua aparência, consistência e/ou sensação tátil. As crianças podem ser incentivadas a explorar relações de peso, tamanho, volume e direção das formas bidimensionais ou tridimensionais ao construir formas planas e volumosas, e considerar suas relações com os espaços tridimensionais, seja por meio da escultura, modelagem, instalação, etc. Podem expressar sensações a partir da exploração de materiais com texturas diversas e utilizá-los, assim como diferentes ferramentas para ordenar no espaço formas variadas de objetos bidimensionais ou tridimensionais, seja desenhando, imprimindo, carimbando, pintando, preenchendo, etc. Podem, além disso, experimentar diferentes pesos das formas e as relações de equilíbrio na construção de objetos tridimensionais e aprender os procedimentos de sustentação de um meio tridimensional: agregar, escavar, desgastar, aplainar, etc.



BERÇÁRIOS 1 e 2
As crianças podem explorar as relações de peso, tamanho, volume e direção
das formas tridimensionais, explorar espaços bidimensionais e tridimensionais utilizando materiais e ferramentas diferentes e construir conhecimentos sobre o equilíbrio das formas, pesos e tamanhos dos diferentes objetos que compõem seus primeiros jogos: os blocos de construções, as caixas de empilhar e encaixar, etc. As crianças podem ainda explorar suficientemente o espaço de seu entorno e movimentar-se nele com autonomia e independência.

IDENTIDADE E AUTONOMIA


Ao longo de sua experiência cotidiana na creche  ou EMEI, as crianças necessitam: apropriar-se de hábitos regulares de higiene pessoal (interessar-se por lavar as mãos, limpar o nariz sozinho, escovar os dentes com cuidado, usar corretamente os materiais necessários para sua higiene, ter as mãos e o rosto limpo em certas ocasiões), perceber a vontade de ir ao banheiro e ter progressivo controle de esfíncteres, aprender a executar movimentos colaborativos ao vestir-se ou desnudar-se (como colocar (ou tirar) os sapatos, (des)abotoar-se, etc.), a comer sem ajuda e usar talheres adequadamente, a escolher o que quer comer ao servir-se de comida e a expressar preferências em relação a cheiros e paladares.
Outra aprendizagem necessária às crianças é buscar segurança e conforto: reconhecer situações de potencial perigo e tomar precauções para evitá-las. Não colocar mão suja na boca, não comer terra, plantas, tinta, não subir em lugares altos sem ajuda, a ter cuidado com o manuseio de materiais
pontiagudos. Necessitam aprender a tomar cuidados necessários à proteção do corpo conforme manipulam tintas, argilas, colas, etc., e também ao brincar, explorar espaços e praticar ações físicas como subir, descer, pular, saltar, rolar, etc., identificar produtos que não devem ser ingeridos e saber
por que não devem fazer uso de medicações sem orientação dos adultos.
A criança pode aprender a familiarizar-se com a própria imagem corporal, a expressar corporal e/ou verbalmente.  
Reconhecer sensações produzidas por diferentes estados fisiológicos e comunicar ao professor que está com sede, fome, dor, frio, etc., e a solicitar aconchego em situações cotidianas. Pode ainda aprender a conhecer seus recursos e limitações pessoais em determinadas situações, identificar elementos que lhe provocam medo e buscar
ajuda para superá-lo, ter uma atitude ativa diante de uma dificuldade superável e ficar satisfeito com suas conquistas.







Inclusão na Educação Infantil


Todos iguais, apesar de diferentes: a inclusão de crianças
com necessidades educacionais especiais.

Tem sido uma conquista muito grande em nossa sociedade modificar a forma como as crianças com algum tipo de deficiência ou problema de desenvolvimento vinham sendo educadas. Cada vez mais se entende que a medida correta para se lutar por uma sociedade mais igualitária é assegurar a todas as crianças com necessidades educacionais especiais condições de acesso e permanência nas EMEIs onde podem ter contato com diversas experiências e conteúdos que lhes favoreçam sua aprendizagem e seu desenvolvimento. “É fundamental que a inclusão escolar de todas as crianças tenha início na educação infantil, onde se desenvolvem as bases necessárias para a construção do conhecimento e seu desenvolvimento global. Nessa
etapa, ludicidade , o acesso às formas diferenciadas de comunicação, a
riqueza de estímulos nos aspectos físicos, emocionais, cognitivos e sociais
e a convivência com as diferenças favorecem as relações interpessoais,
o respeito e a valorização da criança” (Versão Preliminar: POLÍTICA
NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL, MEC/SSESP, 2007.p. 16).
O desafio colocado ao professor das instituições de educação infantil é perceber cada criança com necessidades educacionais especiais para apoiá-la em suas especificidades, promovendo situações de interação com as outras crianças que favoreçam a transformação e ampliação do seu repertório cultural, maximizando suas aprendizagens. Seu planejamento deverá possibilitar o envolvimento dessas crianças e das demais em vários momentos e em diferentes atividades que podem ocorrer simultaneamente em pequenos grupos.
 “As necessidades decorrentes de limitações não devem ser ignoradas,
negligenciadas, ou confundidas com concessões ou necessidades fictícias. Para que isso não ocorra, devemos ficar atentos em relação aos nossos conceitos, preconceitos, gestos, atitudes e posturas com abertura e disposição para rever as práticas convencionais, reconhecer e aceitar as diferenças como desafios positivos e expressão natural das potencialidades humanas. Dessa forma, será possível criar, descobrir e reinventar estratégias e atividades pedagógicas condizentes com as necessidades gerais e específicas de todos os alunos e de cada um dos alunos.
Por exemplo, no caso da criança cega ou com baixa visão. É preciso compreender que a visão reina soberana na hierarquia dos sentidos ocupando uma posição proeminente no que se refere à percepção e integração das formas, contornos, tamanhos, cores e imagens que estruturam a composição de uma paisagem ou um ambiente. Quando falta a visão, a criança recorre às informações táteis, auditivas, sinestésicas e olfativas com mais frequência para decodificar e guardar informações na memória. O professor, compreendendo como a criança percebe, pode rever e construir suas práticas conforme a necessidade apresentada”. (BRASIL, Formação Continuada a Distância de Professores para o Atendimento Educacional Especializado.
MEC/SEESP 2007, p.13).

O professor cuida e educa uma criança com necessidades educacionais especiais quando ele:
• acredita que ela pode aprender e que sua vivência na EMEI lhe será benéfica.
As atitudes do professor em relação a ela servirão de referência para as demais crianças também se relacionarem com ela;
• estrutura os ambientes de aprendizagens de modo a proporcionar-lhe condições para participar de todas as propostas para as demais crianças garantindo-lhe condições para interagir com os companheiros e com ele, professor;
• prepara cuidadosamente as atividades que propõe. Atividades com maior grau de dificuldade e que não apresentam uma função social imediata e clara tendem a desmotivar as crianças para realizá-las;
• organiza atividades diversificadas em sequências que possibilitem a retomada de passos já dados;
• prepara o espaço físico de modo que ele seja funcional, possibilite locomoções e explorações; qualquer mudança no espaço físico necessita ser comunicada e vivenciada pela criança que não enxerga para que ela possa reelaborar seu mapa mental do ambiente;

Cuida para que as crianças com necessidades educacionais especiais  possam ser ajudadas da forma mais conveniente no aprendizado de cuidar de si, o que inclui a aquisição de autonomia e o aprendizado de formas de assegurar sua segurança pessoal;
• estabelece rotinas diárias e regras claras para melhor orientar as crianças;
• estimula sua participação em atividades que envolvam diferentes linguagens e habilidades, como dança, canto, trabalhos manuais, desenho, etc., e promove-lhe variadas formas de contato com o meio externo. Quando trabalhamos com crianças surdas, devemos considerar que sua memória é principalmente visual, o que significa que elas terão maior facilidade de guardar elementos visuais. Portanto,se lhe oferecemos um objeto novo, devemos mostrá-lo e nomeá-lo, auxiliando-a a compreender seu significado;
• dá-lhe oportunidade de ter condições instrucionais diversificadas: trabalho em grupo, aprendizado cooperativo, uso de tecnologias, diferentes metodologias e diferentes estilos de aprendizagem. É comum que crianças com deficiência mental não atribuam importância a um texto escrito, outras o notam, mas não atribuem sentido à leitura.
O uso de ilustrações como apoio às produções escritas pode ajudar nessas situações desaparecendo à medida que o interesse pela língua escrita é estabelecido. Quando uma criança com deficiência física se encontrar na fase de construção da escrita, as linhas das folhas deverão ser feitas com pincel atômico e com espaço entre linhas, de acordo com o tamanho da letra que ela produz. À medida que adquire maior compreensão do espaço para a escrita e maior segurança no traçado, o espaço entre as linhas poderá ser diminuído;
• oferece-lhe, sempre que necessário, um material adaptado para ela ter um melhor desempenho. Algumas crianças com deficiência motora necessitam de adaptações no uso de lápis, pincéis, ou para fazer uso do teclado do computador. Recursos tecnológicos, equipamentos e jogos pedagógicos contribuem para que as situações de aprendizagem sejam mais agradáveis e motivadoras em um ambiente de cooperação e reconhecimento de diferenças. Por exemplo, para crianças com deficiência visual, utiliza-se o sorobã para trabalhar cálculo e operações matemáticas. Defende-se ainda
que a criança cega, desde os quatro anos, tenha acesso à máquina braile e inicie sua familiaridade com esse instrumento de escrita de modo prazeroso;
• garante o tempo que ela necessita para realizar cada atividade, recorrendo a
tarefas concretas e funcionais por meio de metodologias de ensino mais flexíveis e individualizadas, embora não especialmente diferentes das que são utilizadas com as outras crianças;
• realiza uma avaliação processual que acompanhe sua aprendizagem com base em suas capacidades e habilidades, e não em suas limitações, assim como para qualquer criança. Crianças com deficiência visual devem desenvolver a formação de hábitos e de postura, destreza tátil, sentido de orientação e reconhecimento de desenhos, dentre outras habilidades. As situações em que estas aquisições ocorrem devem ocorrer devem valorizar o comportamento exploratório, a estimulação dos sentidos ea participação ativa;
• estabelece contato frequente com as famílias para melhor coordenação de condutas, troca de experiências e de informações.
A Educação Inclusiva só se efetiva se os ambientes de aprendizagem forem
sensíveis às questões individuais e grupais, e onde as diferentes crianças possam ser atendidas em suas necessidades específicas de aprendizagens, sejam elas transitórias ou não, por meio da efetivação de respostas adequadas a cada situação.

2 comentários:

  1. poxa como é bom saber q tem profissionais que ainda depois que se formam continuam com sua jornada no ato de aprender ensinando. nao se tornam os donos da ""verdade"", isto mesmo com aspas dupla,parabens profª Ana Paula,sao pessoas como vc que me impulcionam a terminar minha faculdade de Pedagogia....

    ResponderExcluir
  2. profª Ana Paula eu Anderson estou precisando da sua ajuda para a divulgação do projeto "SOU AMIGO DA ANDEFI.E VOCÊ?. Instituição sem fins lucrativos para crianças,jovens,adultos e idosos com deficiencia seja temporaria ou definitiva é so repassar para seus contatos vamos juntos nessa corrente pela ANDEFI em NOVA ANDRDINA-MS ....CONTATOS PARA DUVIDAS= anderson_na1@hotmail.com
    facebook= anderson nascimento
    blog= anderson_na_and

    ResponderExcluir