Ana Paula Alves dos Santos
Luciana Marçal da Silva
Sílvia Marta Moura e Silva
Quando nos foi dado o desafio de atender pacientes com deficiência grave, tanto mental quanto motor, ficamos estudando formas para atendê-los integralmente, o programa que montamos procura englobar as 3 áreas principais de atendimento integral às pessoas com deficiência que são educação, assistência social e saúde. O trabalho já existia, mas não incluía o atendimento global, de vários profissionais na mesma terapia e o enfoque de sala de atendimento única (sala de aula) e não a retirada do usuário da sala, para atendimentos individual de determinada especialidade.
Para isso vimos à necessidade do atendimento multidisciplinar ser mais efetivo e globalizado com a junção de várias especialidades (no mínimo duas), para a partir de uma avaliação global e individualizada, traçar objetivos com metas únicas para todos os profissionais envolvidos no programa trabalharem com as estratégias em comum, sempre explorando potencialmente todas as áreas de estimulação sensorial.
A equipe é composta de professoras, auxiliar de enfermagem, auxiliar social, enfermeira, fisioterapeuta, fonoaudióloga, psicóloga, terapeuta ocupacional, assistente social, musicoterapeuta e professor de expressão corporal.
Todas as terapias, com exceção da fisioterapia respiratória e procedimentos de enfermagem são realizados em grupo com princípios de metodologias adaptadas e estudadas com o objetivo de atingir todas as áreas sensoriais, iniciando com a sensação e percepção, para que as áreas estimuladas (olfato,gustação, visão, audição, propriocepção, vestibular, motora) sejam efetivamente exploradas de forma repetitiva, com bombardeio de estimulação de todas as formas acima descritas.
Metodologias:
- Plasticidade neural: estimular modificações tanto de processos quanto de estrutura cerebral para melhorar função. Quanto mais se estimula (repetição), mais canais são abertos e mais conexões são feitas. Áreas latentes do cérebro passam a fazer a funções das áreas lesadas.
- Terapia sensório-motora: desenvolver no indivíduo capacidade de sentir e perceber, aprender e organizar sensações recebidas do ambiente e esboçar gradativamente respostas, no decorrer da estimulação através da plasticidade neural.
- Integração sensorial: é o processo pelo qual o cérebro organiza as informações de modo a dar uma resposta adaptativa adequada organizando assim as sensações do próprio corpo e do ambiente de forma a ser possível o uso eficiente do corpo no ambiente.
- DOMAN: técnica de estimulação de pessoas com o cérebro lesado, visando rotina diária e bombardeio cognitivo com atividades motoras, respiratórias, olfativas, gustativas, auditivas e visuais, pela repetição de atividades previamente elaboradas.
Rotina de Trabalho:
Atendimento consta de um turno no qual é estruturado com rotina de enfermagem, cuidados, alimentação e as terapias de estimulação.
Essa rotina é planejada de acordo com os objetivos que se pretendem alcançar com cada indivíduo, avaliado por fichas específicas de cada áreas e seguida de um estudo de caso para estabelecer meta única que serão traçados os objetivos a serem alcançados com cada um.
Se faz necessário um planejamento sistematizado de atividades baseadas nas metodologias descritas acima, bem como recursos estimuladores destinados a incentivar e facilitar o desenvolvimento da clientela assistida.
O oferecimento dos recursos (físicos, tecnológicos, materiais e humanos) deve ser apropriado as suas necessidades e as técnicas devem proporcionar interações ativas do indivíduo. Para facilitar sua participação nas atividades é necessário: adaptações; posicionamento adequado; motivação (aspecto lúdico da intervenção); materiais adequados.
Referências Bibliográficas:
DOMAN, Glenn. O que fazer pela criança de cérebro lesado. Ed Auriverde, 1989.
MELLO, Bárbara Cristina; NUNES, Maria Carolina Vitta; MELO, Luciana Vieira . Integração sensorial. Faculdade de Terapia Ocupacional de São Camilo.
VOLPI, Sandra Cristina Pizzocaro; Desenvolvimento motor normal e disfunções neuromotoras na infância. (apostila curso).
NUNES, Clarisse. Aprendizagem activa na criança com multideficiência – guia para educadores. Ministério da Educação – Departamento de educação básica, 2001.
MAGALHÃES, Lívia C. (apostila) Introdução a terapia de integração Sensorial/ Teoria da relação entre processos neurológicos e comportamento
ESPESCHIT, Rita. Crianças fora de sincronia – Revista presença pedagógica – julho/ Agosto 2000)
OLIVEIRA, Maria Cristina de; SIMÃO, Roberta K. Integração sensorial, In: Algumas abordagens da terapia ocupacional.
LAMBERTUCI, Maria Cristina Franco, MAGALHÃES, Lívia de Castro. Terapia Ocupacional nos transtornos invasivos do desenvolvimento, In: CAMARGO, Walter Junior, Transtornos invasivos do desenvolvimento - 2002 – primeira edição, ministério da justiça.
MONTEIRO, Bibiana Caldeira. Integração Sensorial – Apostila , 2005.
SOARES,Dulce Consuelo, O cérebro X Aprendizagem, disponível em www. psicopedagogia.com.br.
Laboratório de atividades e desenvolvimento infantil, disponível em www.eeffto.ufmg.br
Professora de Educação Especial e Educação Infantil em Bauru, com formação em psicologia e Pós Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Processos de Ensino Aprendizagem
Coordenadora do Centro de Reabilitação física, com formação em fisioterapia
Fonoaudióloga e coordenadora da UCD
Sobre o Autor
Psicóloga, formada Pela Universidade Estadual Paulista de Bauru e Especialista em Psicologia do Desenvolvimento e Processos de Ensino-Aprendizagem pela mesma instiuição. Professora de Ensino Infantil e de Ensino Especial na Prefeitura Municipal de Bauru.
Gostei muito do blog...apesar de ter bastante assuntos relacionados a inclusão e deficiencia, tematicas que não tenho experiencia nem vocação, mas é sempre bom saber...Espero aprender bastante com você...Abraços
ResponderExcluirPriscila...
Obrigada Priscila, adorei sua participação!!
ResponderExcluirVc também pode sugerir assuntos do seu interesse,dúvidas e artigos.
bj
Ana Paula alves
oi estou precisando de cursos assim tenho uma sala na apae
ResponderExcluircom essas caracteristicas e é muito dificil achar cursos nesta area...você pode me ajudar
meu email cris-cerri@hotmail.com
Muito bom, o seu blog esta muito bem pensado, com temas muito importantes e com fácil compreensão espero que muitas mães o visitem, pois tem aqui propostas muito boas para o desenvolvimento global em Ser Especial.
ResponderExcluirSou mãe de uma menina com Tetraparésia (se tiver curiosidade vá ao facebook ao facebook "ajudem a mariana" e compeça amizade) já existe coisas que faço com ela de que você referênciou e outras que começarei a fazer.. O que é certo é que as ametodologias que você fala tem sido todas aplicadas na minha menina desde os 2/3 meses dela e ela tem mostrado progressos espetaculares.
Obrigado pela sua preocupação em nos ajudar...
Se tivéssemos mais profissionais a trabalhar de coração em todo o mundo de certo que haveria mais Qualidade de vida nestes Seres.
Enviu um abraço com muita sinceridade e respeito e continue com a seu trabalho..,
Sou mãe do Pedro uma criança com várias patologias, e confesso que a inclusão tem sido muito questionado no meu dia a dia, meu filho não frequenta a escola, por ter crises severas de convulsão, engasgos frequentes, sendo necessário muitas vezes ser aspirado, e ainda não se alimenta pela boca, não acho que as escolas da minha cidade e de tantas outras estejam preparadas para recebê-lo. Me ajude com a sua opinião, pois vivo esse dilema. Agora pergunto você colocaria seu filho com essas características em escolas onde muitas vezes os alunos acabam mandando até mesmo no professor?
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